Na Diocese de Lisboa, o ano 2011 fica marcado pelo jubileu sacerdotal de D. José Policarpo, mas também pela primeira beatificação realizada na capital. No ano em que João Paulo II foi beatificado em Roma, mais de dois mil jovens de Lisboa estiveram em Madrid com o Papa Bento XVI.

 

No ano 2011, as comemorações do Jubileu Sacerdotal (50 anos) de D. José Policarpo marcaram a vida pastoral da Diocese de Lisboa. De 19 de Março a 25 de Outubro, diversas actividades assinalaram uma data que, segundo o Patriarca de Lisboa, o ajudaram a “sentir de novo a alegria do sacerdócio”.

No primeiro dia dedicado a estas comemorações o Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Joaquim Mendes, responsável pela Comissão que promoveu este ano jubilar, desejava que as iniciativas programadas pudessem “despertar na Igreja de Lisboa um renovado dinamismo de comunhão à volta do seu pastor”. Nesse sentido, a diocese é congregada no Externato de Penafirme, no dia 19 de Junho, no Dia da Igreja Diocesana, reunindo cerca de 2 mil pessoas. Neste dia, D. José Policarpo anunciava que o Papa lhe tinha pedido para prolongar o seu ministério pastoral à frente da Diocese de Lisboa por mais dois anos. Este pedido de Bento XVI surge na sequência do pedido resignação que, meses antes, D. José Policarpo tinha enviado para o Vaticano, por motivo de idade (75 anos). Na homilia, afirmava o Patriarca de Lisboa: “Este ano em que celebro 50 anos de ministério sacerdotal, maior expressão da ternura de Deus por mim, tenho sentido, como hoje aqui, a beleza de uma Igreja que é comunhão”.

 

Cultura e juventude

Procurando ir ao encontro dos meios culturais, foi publicado um livro que reúne o pensamento do homem que, em cinquenta anos de serviço à Igreja de Lisboa, escreveu cerca de 40 obras. ‘Atraídos pelo Infinito’ conta com participações de António Araújo, Guilherme d’Oliveira Martins e D. Manuel Clemente. No grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian a maestrina Joana Carneiro dirigiu o Coro e a Orquestra Gulbenkian, num Concerto de Homenagem a D. José Policarpo, onde estiveram presentes o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, entre outras entidades oficiais. Para Joana Carneiro, este foi “um dos concertos mais importantes da sua vida”, afirmou recentemente em entrevista ao site jesuíta Essejota.

A 15 de Agosto, mais de dois mil jovens da Diocese de Lisboa celebravam, com D. José Policarpo, os 50 anos da sua ordenação. Numa celebração realizada no Mosteiro dos Jerónimos, aos jovens que partiam para as Jornadas Mundiais de Madrid, o Patriarca de Lisboa apresentava o exemplo de Maria e lembrava que “a primeira coisa que Deus espera nesta nossa caminhada, de resposta à vocação que Ele nos deu, é fazer com que a Igreja a que pertencemos seja brilhante, sem ruga, esplendorosa”. A 20 de Agosto, assinalando o dia em que celebrou Missa Nova na paróquia de Alvorinha, D. José Policarpo reunia-se com os seus conterrâneos, amigos e clero diocesano. Na homilia partilhava que desde o dia em que presidiu pela primeira ao povo de Deus, na Eucaristia, sentiu que “na vida do sacerdote a Eucaristia é o momento da sua verdade: da verdade da sua fé, da verdade da sua missão, da verdade daquilo que se espera dele e que Deus lhe pede”.

 

Famílias e Catedral

Ainda integrado neste rol de iniciativas promovidas para comemorar o jubileu sacerdotal de D. José Policarpo, as famílias da diocese quiseram estar junto do seu Bispo através de um Encontro Diocesano que reuniu mais de duas mil pessoas na Escola Salesiana do Estoril. Neste Encontro Diocesano das Famílias, onde houve tempo para a reflexão, a partilha de testemunhos e animação musical, D. José Policarpo, na Eucaristia a que presidiu, lembrava a centralidade da Palavra de Deus na família cristã como vivência do sacramento do matrimónio. “Não basta casar na Igreja; a própria preparação do casamento cristão tem de ser feita na escuta da Palavra, que deve acompanhar os esposos cristãos na vivência da fidelidade”, disse.

O encerramento das comemorações do Jubileu Sacerdotal do Patriarca de Lisboa aconteceu no dia 25 de Outubro, dia em que na diocese se celebra a Solenidade da Dedicação da Sé Patriarcal e onde D. José Policarpo assumiu que sempre se sentiu “ligado” à Catedral onde foi consagrado sacerdote.

 

Clero diocesano

O ano 2011 ficará marcado, também, pela reabertura da igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. A igreja tinha estado encerrada durante três anos, devido às “obras necessárias pela degradação do edifício”, e reabriu no dia dedicado ao padroeiro da diocese, 22 de Janeiro. Nesta mesma igreja, no dia 3 de Abril, viria a ser ordenado bispo o padre Ildo Fortes, do clero diocesano de Lisboa, nomeado pelo Papa Bento XVI como Bispo de Mindelo, em Cabo Verde. Ao novo bispo, o Patriarca de Lisboa deixou o convite de “fazer a ponte” entre as Igrejas de Lisboa e de Mindelo.

Um dia antes dessa celebração, a 2 de Abril, por ocasião do centenário de ordenação sacerdotal de D. Manuel Gonçalves Cerejeira, foi aberto ao público o espólio documental daquele que foi o 14º Cardeal-Patriarca de Lisboa.

No que diz respeito à dinâmica das estruturas da diocese, o Patriarcado de Lisboa viu serem renovadas e reorganizadas as vigararias e no dia 18 de Junho, na Sé Patriarcal, fizeram juramento seis novos cónegos do Cabido da Sé. Na sexta-feira, 18 de Novembro, fez juramento o novo Deão do Cabido, cónego Carlos Paes, que substitui o cónego Manuel Lourenço, que por jubilação deixou também o cargo de Chanceler da Cúria Patriarcal, após 43 anos de serviço. O padre Jorge Dias, também pároco de Queluz, assumiu as funções de novo Chanceler.

 

Beatificação em Lisboa e Wojtyla

Mas o ano 2011 foi também um ano especial para a Diocese de Lisboa pela beatificação de Maria Clara do Menino Jesus, religiosa natural da Amadora e fundadora das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC). A celebração que decorreu no Estádio do Restelo, a 21 de Maio, foi presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e contou com a presença do prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o Cardeal Angelo Amato.

No início desse mesmo mês, a 1 de Maio, o Papa Bento XVI tinha elevado, também, aos altares o Papa polaco, João Paulo II. Na mesma data, em Cascais, celebrava-se essa beatificação, através de uma Eucaristia ao ar livre. Também na paróquia de Cascais surgiu o projecto de um musical dedicado a Karol Wojtyla, que esteve em exibição durante algum tempo em salas de espectáculo de Lisboa e Porto. O mesmo musical foi levado em Agosto a Madrid, às Jornadas Mundiais da Juventude, com o Papa Bento XVI.

 

Igreja que se renova

De 16 a 21 de Agosto, mais de um milhão de peregrinos estiveram na capital espanhola para um encontro que foi caracterizado como “uma festa da alegria da fé, que se ofereceu a todo o mundo”. Mais de dois mil jovens da Diocese de Lisboa estiveram neste grande evento juvenil, que contou, também, com a presença de D. José Policarpo. Foram umas jornadas que “tocaram e transformaram”, muitos jovens, afirmou em entrevista ao Jornal VOZ DA VERDADE, o director do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, padre Carlos Gonçalves.

Também em Agosto, o Patriarca de Lisboa celebrava os 100 anos do padre mais idoso da diocese. Ao cónego José Amaro, D. José Policarpo garantia: “Queremos muito que o senhor cónego Amaro sinta hoje o amor fraterno e a grande amizade do seu bispo – que foi seu aluno –, dos padres do seu presbitério, muitos dos quais ajudou a formar, e também de todo o povo de Deus”.

Na Diocese de Lisboa, o ano 2011 foi ainda marcado pelos 80 anos do Seminário dos Olivais, celebrados a 24 de Outubro, e pela ordenação de cinco novos padres, nove diáconos permanentes e quatro diáconos de transição, que deverão ser ordenados presbíteros no decorrer deste novo ano.

Já a terminar o ano, a Diocese de Lisboa viu partir para Roma o Bispo Auxiliar D. Carlos Azevedo, e recebeu um novo Bispo Auxiliar, D. Nuno Brás, ordenado a 20 de Novembro.