Lisboa |
Domingo de Ramos
“Semana Santa não é apenas uma comemoração de coisas que se passaram há muito tempo”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa sublinhou a actualidade da Páscoa e recordou o choque que os apóstolos sofreram com a Paixão de Cristo. Em Domingo de Ramos, na Sé de Lisboa, D. José Policarpo deixou ainda um convite aos cristãos.

 

“Com esta celebração de Domingo de Ramos damos início à Semana Pascal, a semana maior! Uma semana profundamente centrada na Páscoa de Jesus”, começou por referir D. José Policarpo, alertando desde logo: “Mas a Semana Santa só é verdadeira se nós nos deixarmos envolver nesta Páscoa de Jesus. Ele fez-se Homem para que fosse a partir do homem que se desse a grande revolução interior, que voltasse a fazer de nós filhos de Deus, membros do seu Povo, destinados à glória eterna. Quem não aceitar envolver-se profundamente na Sua humanidade, na Sua vida, esta celebração da Páscoa de Jesus passa-lhe ao lado”.

Sobre a Semana Santa, o Patriarca de Lisboa salientou: “Esta Semana vai fazer uma convergência dos acontecimentos históricos com o grande mistério da salvação que a Igreja celebra todos os dias”. Neste sentido, garantiu a actualidade da Páscoa: “A Semana Santa não é apenas uma comemoração de coisas que se passaram há muito tempo… Isto é o presente da Igreja! A Igreja, na sua verdade, tem que considerar-se envolvida. Cada um de nós envolvidos neste mistério da Páscoa de Jesus. Está em questão a nossa vida e o seu sentido!”.

 

Choque e prudência

Lembrando que o choque que os discípulos tiveram com a Paixão de Cristo se deveu à falta de preparação, D. José Policarpo alertou os cristãos que esse choque se pode repetir nos dias de hoje caso não haja uma preparação conveniente. “Estejamos preparados porque também hoje na Igreja, na nossa vida cristã, pode acontecer este choque que os discípulos tiveram. Nós hoje estamos mais inclinados a imaginar uma Salvação que seja ausência de sofrimento, que seja alegria humana, que seja felicidade humana, que o Senhor nos há-de garantir a qualquer preço. A cultura contemporânea relativizou o sofrimento. Não nos preparou para lhe descobrir o sentido profundo. E quando ele nos bate à porta, sofremos esse choque”. Esse choque, segundo o Patriarca de Lisboa, é visível diariamente. “Todos os dias verificamos isso na caminhada concreta de pessoas vivas e concretas que conhecemos. Mas esse choque é o choque da Páscoa! De quem fez da sua fé em Jesus Cristo uma coisa simples, tradicional, fruto de alegria e de amor e de repente é chamado a pôr em prática aquilo que diz São Paulo completareis em vós, na vossa carne, o que falta à Paixão de Cristo”.

 

“A nossa Páscoa”

No início da Semana Santa, D. José Policarpo pediu aos cristãos para estarem atentos à Palavra de Deus. “Há uma grande lição que podemos tirar deste julgamento de Jesus: aqueles judeus, aquelas autoridades, aquele sumo sacerdote, aqueles doutores da lei, se tivessem lido e meditado a sério a Palavra de Deus, não tinham feito aqueles disparates! Leram-na à pressa. Leram-na ao seu jeito. E não estavam preparados para a grande realização dessa promessa. E nós? Como é que lemos a Palavra de Deus? É que se a lermos a sério, nada nos surpreenderá. Só o próprio amor de Deus nos pode surpreender”, garantiu, convidando depois cada cristão a fazer da Semana Santa a sua Páscoa: “É Páscoa! Façamos desta Semana, a nossa Páscoa! E não esqueçamos que a palavra Páscoa significa passagem, transformação, mudança de atitude, traçar de novo os horizontes da nossa existência”.

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