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Ano da Fé marca novo ano pastoral em Lisboa
Cristãos convidados a reavivar o zelo apostólico
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“Escutar com fé e amor a Palavra de Deus”, celebrar a Eucaristia “de modo mais profundo”, “aprender a rezar” e levar a que “na caridade a fé se torne testemunho”, são algumas das linhas de programação pastoral apontadas pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, para este ano pastoral 2012-2013 que agora está a iniciar.

 

Na introdução ao Programa e Calendário Diocesano para o novo ano pastoral, intitulado ‘A Força da Fé’, D. José Policarpo deixa algumas indicações sobre o modo como este novo ano deverá ser vivido na diocese: “Procura pôr toda a Igreja de Lisboa, na vivência pessoal, na sua acção pastoral e nas suas formas de organização, ao ritmo dos desafios lançados pelo Papa Bento XVI a toda a Igreja, ao proclamar um Ano da Fé, a coincidir com as celebrações do 50º Aniversário da Abertura do Concílio Vaticano II, em ritmo de Nova Evangelização”. Neste documento, o Cardeal-Patriarca explica que “não se trata de três temas justapostos, mas de um mesmo desafio”. Pelo que, acentua: “Aprofundar a fé é o caminho para continuar a acolher o Magistério do Concílio, com o ‘novo ardor’ exigido por uma ‘evangelização renovada’”.

 

Atravessar ou ‘espreitar’?

Nesta introdução ao documento que congrega toda a calendarização de actividades dos diversos organismos, departamentos e serviços da Diocese de Lisboa, o Cardeal-Patriarca recorda, recorrendo a palavras de Bento XVI, que “a fé é uma porta de entrada” e que “atravessar aquela porta implica embrenhar-se num caminho novo que dura a vida inteira”. Neste sentido, salienta que “este é o desafio feito, antes de mais, aos ‘cristãos praticantes’ da Igreja de Lisboa: já entrámos decididamente, por essa porta, ou só espreitámos por ela? Por vezes ainda olhamos para trás, vendo toda a realidade humana sem o olhar da fé? Aceitámos, decididamente, trilhar esse novo caminho, o caminho da vida concebida à luz de Cristo e conduzida por Ele?”.

 

A força do amor de Deus

Citando a Carta Apostólica ‘Porta Fidei’ de Bento XVI, o Patriarca de Lisboa sublinha que “sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas”, escreve, utilizando palavras de Bento XVI.

Deste modo, D. José Policarpo recorda que a “longa caminhada da fé só é possível com a força do amor de Deus” e, por isso, “a acção pastoral deve inculcar no coração dos crentes esta certeza: só com as forças naturais não poderemos percorrer o caminho da vida que se abriu para nós na fé em Jesus Cristo. Os elementos e os momentos em que Deus nos comunica a força do seu amor fazem parte da estrutura da Igreja como Povo crente e caminho de vida”.

 

Escutar a Palavra de Deus

A importância a dar à Palavra de Deus é uma das linhas orientadoras apontadas pelo Patriarca de Lisboa para este ano pastoral. Reforçando que “a Igreja tem de aprender, continuamente, a escutar Jesus Cristo quando escuta a Palavra”, D. José Policarpo acentua de modo especial que “temos de escutar com fé e amor a Palavra de Deus, comentá-la, sobretudo na homilia, com uma fé que faça da nossa palavra, um testemunho. O Ano da Fé exige de nós que, no nosso caminho de fé, demos à Palavra de Deus a importância e o sentido que Deus lhe dá quando nos fala pelo Seu Filho Jesus Cristo”.

 

Celebrar Eucaristia de modo mais profundo

Porque “em todos os sacramentos, mas de modo particular na Eucaristia, a Palavra de Deus torna-se nosso alimento”, observa D. José Policarpo, o vivenciar “de modo mais profundo o grande sacramento da fé”, que é a Eucaristia, é outra dimensão a ter em conta no novo ano pastoral 2012-2013.

 

Fazer do Credo a oração diária

Recordando que “a oração exprime a vitalidade da fé”, e que a Igreja “é o sujeito primeiro da oração e do louvor”, D. José Policarpo afirma desejar, também, que este ano pastoral “seja marcado pelos caminhos, comunitários e pessoais da oração”. “Mesmo a oração pessoal é sempre expressão da fé da Igreja. Quando um de nós reza, é a Igreja que reza”, observa D. José Policarpo. Por isso, sublinha: “É preciso aprender a rezar. O Santo Padre sugere que, neste Ano da Fé, façamos do Credo a fórmula da nossa oração diária”, destaca.

 

Entrar pela Porta da fé

O novo ano pastoral vai ser marcado, de modo especial, pela vivência do Ano da Fé, a ter início no próximo dia 11 de Outubro e, conforme tem lembrado D. José Policarpo, “a fé é a porta de entrada ou de saída porque é uma porta que está sempre aberta aos que querem entrar de novo, e por ventura aos querem voltar para trás”, afirmou recentemente no Dia da Igreja Diocesana. Neste sentido, o Patriarca de Lisboa faz questão de sublinhar na introdução que escreve ao Programa Pastoral, que “a fé viva desabrocha na caridade e esta é sempre a participação no modo de Deus amar”. “Só na caridade a nossa fé se torna testemunho que anuncia a salvação e atrai outros a entrar pela porta da fé”, observa.

Para ir ao encontro desta dimensão, D. José Policarpo pede que nas comunidades paroquiais da diocese sejam programados, neste ano pastoral, os modos e os momentos mais indicados para proporcionar aos cristãos este aprofundamento da fé, também através do conhecimento. “O Catecismo da Igreja Católica é o instrumento indicado para essa busca do conhecimento da verdade que acreditamos”, refere.

 

Ser enviado

Porque ainda “são muitos”, os que “trazem no seu coração inquietações e desejos, mas ainda não entraram porque ainda não encontraram Jesus”, o Patriarca de Lisboa lembra: “Cada um de nós pode ser enviado por Deus a esses nossos irmãos, ajudando-os com a sinceridade do nosso testemunho, a atravessarem essa porta e encetarem, com esperança, o caminho novo. Esses podem estar ao nosso lado no dia-a-dia da vida. Sejamos, com eles, corajosamente sinceros”, alerta, pedindo que “neste ano, se reavive o zelo apostólico que é sempre a alegria de partilhar a esperança”. 

 

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Diocese de Lisboa quer testemunhar à sociedade uma Igreja viva

No dia 26 de Maio de 2013, o Patriarcado de Lisboa vai viver “um grande acontecimento” que irá procurar envolver e mobilizar toda diocese. “Será uma grande acção diocesana para a celebração e vivência do Ano da Fé, e um grande momento para uma profissão de fé da Diocese de Lisboa e de todos os católicos desta diocese”, explica o director do Secretariado de Acção Pastoral (SAP) do Patriarcado de Lisboa, padre Paulo Franco.

No passado dia 3 de Junho, no Dia da Igreja Diocesana celebrado na Casa do Gaiato, o padre Paulo Franco adiantava que esta iniciativa vai ser uma oportunidade de “testemunho público para mostrar à sociedade que a Igreja está viva e que os cristãos não têm vergonha de afirmar e de professar publicamente a sua fé”. Segundo o Jornal VOZ DA VERDADE conseguiu apurar junto deste responsável, o programa e o local de realização estão, ainda, a ser definidos e em breve serão tornados públicos.

 

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Ano da Fé pede testemunhas

O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização espera que o Ano da Fé, que vai ser celebrado entre Outubro de 2012 e Novembro de 2013, reforce os alicerces espirituais de todas as comunidades. Num artigo publicado no jornal do Vaticano L’Osservatore Romano’, o arcebispo D. Rino Fisichella, sublinha que o Ano da Fé deverá assinalar a “grandeza do crer” e mostrar ao mundo “os motivos” que estão por trás do acreditar em Cristo". Por isso considera que “a fé deve ser repensada e vivida” e não pode circunscrever-se a uma “repetição cansada de fórmulas ou celebrações”.

Sublinhando que “o mundo de hoje tem fome de testemunhas e sente necessidade vital delas, porque procura coerência e lealdade”, D. Rino Fisichella observa, ainda, que “uma fé que traz consigo as razões do coração é mais convincente, porque tem a força da credibilidade”.

O Ano da Fé é uma iniciativa proposta pelo Papa Bento XVI, com início marcado para 11 de Outubro e insere-se dentro de “um contexto mais amplo marcado por uma crise generalizada que afecta também a fé”, afirmou o arcebispo italiano, no dia da apresentação pública deste evento, no passado dia 21 de Junho. 

Segundo informação avançada pelo presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, ainda nos primeiros dias de Setembro vai ser publicado, em diversos idiomas, o Subsídio Pastoral ‘Viver o Ano da Fé’, “preparado para acompanhar, em primeiro lugar, a comunidade paroquial e aqueles que desejarem inserir-se na inteligência dos conteúdos do Credo”.

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