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Francisco
Um novo Papa que foi pároco
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É o primeiro Papa a usar o nome Francisco. É o primeiro Papa nascido na América Latina. É o primeiro Papa jesuíta. O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, antigo pároco, é o novo Sumo Pontífice. Foi eleito no dia 13 de março, durante a quinta votação do Conclave que tinha começado na véspera.

 

O Cardeal Jorge Mario Bergoglio é o 266º Papa da Igreja e adotou o nome Francisco. O Arcebispo de Buenos Aires, foi escolhido pelos cardeais para suceder a Bento XVI, que tinha renunciado ao Pontificado em 28 de fevereiro último. Ao contrário do que muitos pensavam, tratou-se, também desta vez, de um Conclave breve, apenas com mais uma votação do que aquele que teve lugar há oito anos e que levou ao Pontificado o cardeal alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI, para suceder a João Paulo II. Francisco I, de 76 anos, tem menos dois anos do que o Cardeal Joseph Ratzinger quando este foi eleito em abril de 2005, aos 78 anos.

Eram 18h06 (19h06, em Roma) quando o tão aguardado fumo branco começou a sair da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. A 13 de março de 2013, no segundo dia de Conclave, e após cinco votações, os 115 cardeais eleitores davam o sinal ao mundo de que tinham eleito o novo Sucessor de Pedro. Na Praça de São Pedro, milhares de fiéis exultam de alegria. Bandeiras de Itália, Portugal, Espanha, Polónia, Brasil, México e Estados Unidos destavam-se entre a multidão. Faltava cerca de uma hora para o mundo conhecer quem iria suceder a Bento XVI.

 

Um Papa jesuíta

Apontado por quem o conhece como um homem muito próximo do povo, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, antes de ser eleito Papa no Conclave que terminou ao fim da tarde de quarta-feira, 13 de março, era Arcebispo de Buenos Aires, Argentina, e provem da Companhia de Jesus (Jesuítas).

Nascido em Buenos Aires a 17 de dezembro de 1936, estudou e formou-se como técnico químico, decidindo depois entrar no seminário, o que veio a acontecer no Seminário de Villa Devoto. Em 11 de março de 1958 entrou no noviciado dos Jesuítas e terminou os estudos humanísticos no Chile. Em 1963, de regresso a Buenos Aires, licenciou-se em Filosofia, na Faculdade de Filosofia do Colégio Máximo ‘San José’, de San Miguel.

Entre os anos 1964 e 1965 lecionou Literatura e Psicologia no Colégio da Imaculada de Santa Fé, e em 1966 veio a ensinar as mesmas matérias no Colégio do Salvador de Buenos Aires.

O estudo da Teologia acontece entre 1967 e 1970, na Faculdade de Teologia do Colégio ‘San José’ de San Miguel, onde completou a licenciatura.

Ordenado sacerdote a 13 de dezembro de 1969, o agora Papa Francisco I fez a profissão perpétua em 22 de abril de 1973. Foi mestre de noviços em Villa Barillari, San Miguel, professor na Faculdade de Teologia, Consultor da Província e Reitor do Colégio Máximo. 

Em 31 de julho de 1973 foi eleito Provincial da Companhia de Jesus na Argentina, cargo que desempenhou durante seis anos.  Entre 1980 e 1986 foi reitor do Colégio Máximo e da Faculdade de Filosofia e Teologia da mesma instituição de ensino. No mesmo período foi pároco da paróquia do Patriarca San José, na Diocese de San Miguel. 

Em março de 1986,  o então padre Jorge Mario Bergoglio deslocou-se para a Alemanha onde concluiu a sua tese de doutoramento, sendo depois destinado ao Colégio do Salvador, de onde passou para a igreja da Companhia de Jesus na cidade de Córdoba, como diretor espiritual e confessor.

Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II nomeou-o Bispo titular de Auca e Auxiliar de Buenos Aires, tendo vindo a receber a ordenação episcopal pelas mãos do Cardeal António Quarracino, do Núncio Apostólico Monsenhor Ubaldo Calabresi e do Bispo de Mercedes-Luján, Monsenhor Emilio Ogñénovich.

Em Junho de 1997 foi nomeado Arcebispo Coadjutor de Buenos Aires e no dia 28 de fevereiro de 1998 Arcebispo de Buenos Aires, por sucessão, aquando a morte do Cardeal Quarracino.

No Consistório de 21 de fevereiro de 2001 foi feito Cardeal pelo Papa João Paulo II, com o título de São Roberto Belarmino. Antes de ser eleito Sucessor de Pedro, o Cardeal Bergoglio era membro das Congregações para o Culto Divino e a Disciplina do Sacramentos, do Clero, e para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, do Conselho Pontifício para a Família e da Pontifícia Comissão para a América Latina.

 

Missa de início do Pontificado

A Missa de inauguração do Pontificado do Papa Francisco vai ser celebrada no dia a 19 de março, na terça-feira dia de São José, patrono da Igreja, na Praça de São Pedro. O primeiro Angelus será neste Domingo.

 

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Reações à eleição do novo Papa

“Com grande júbilo e muita esperança acolhemos a recente eleição do Cardeal Jorge Mario Bergoglio para suceder a Bento XVI, como Bispo de Roma e Pastor da Igreja universal, e que escolheu o nome de Francisco. Pela primeira vez na história, foi eleito um Papa originário do continente americano, da Argentina, o que sublinha a universalidade da Igreja.

Manifestamos‑lhe o incondicional apoio da nossa oração e a certeza do nosso afeto, a nossa comunhão eclesial e a total disponibilidade para colaborar com o sucessor do apóstolo Pedro, na necessária renovação da Igreja e no serviço evangélico às grandes causas do diálogo e da fraternidade, da justiça e da paz no mundo.”

Mensagem do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa por ocasião da eleição do Papa Francisco I

 

“É com profunda alegria que, em meu nome pessoal e em nome de todo o Povo Português, saúdo o Papa Francisco.

O sucessor de Pedro é o Pastor de uma vastíssima comunidade, na qual se encontram inúmeros portugueses que têm a mais plena esperança na Sua palavra e no Seu magistério.

As minhas felicitações dirigem-se igualmente à Igreja Católica universal e, em particular, à Conferência Episcopal Portuguesa, no momento em que se abre uma nova fase na sua vida, na qual, estou certo, serão aprofundadas as excelentes relações entre o Estado português e a Igreja.

Aníbal Cavaco Silva”

Mensagem de felicitações do Presidente da República ao Papa Francisco I

 

“Fazemos votos de que seja um pontificado de esperança e de paz, de diálogo entre os povos, de intervenção ativa da Igreja (Católica) nas grandes questões que desafiam a humanidade nos nossos dias, sendo o Papa um interlocutor destacado no grande espaço público da sociedade civil global.”

Nota divulgada pelo gabinete do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho

 

“Irá continuar com determinação e força o trabalho dos seus predecessores na aproximação entre os povos do mundo e as religiões. Desejamos um abençoado e longo Pontificado.”

Comunicado conjunto do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy

 

“Foi uma escolha sábia. É um homem de grande simplicidade, com grande cultura do próximo, com a ideia da fraternidade. Pode reforçar à Igreja a linguagem da razão e da fé mas também a linguagem do coração. É um momento de revitalização da Igreja.”

Bagão Félix, economista, in RR

 

“Aquilo que me chama mais à atenção e me impressiona é o nome que ele escolheu. Uma das coisas importantes do Concílio [Vaticano II] foi assumir a pobreza e nesta circunstância de crise mundial, de valores, de ligação às igrejas institucionalizadas, escolher o nome Francisco é um esperança para a mobilização a favor da circunstância do mundo.”

Adriano Moreira, sociólogo, in RR

 

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As primeiras palavras do Papa Francisco

“Sabeis que o dever do Conclave era dar um bispo a Roma: parece que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo”, disse o Papa Francisco I, na primeira aparição na varanda central da Basílica de São Pedro, numa Praça completamente repleta.

No primeiro discurso ao mundo, o novo Sumo Pontífice surpreendeu ao pedir “um favor”, antes de dar a sua tradicional bênção neste encontro inicial. “Gostava de vos dar a bênção, mas peço-vos primeiro que rezem ao Senhor para que me abençoe, que abençoe o seu Bispo. Façamos silêncio neste momento de oração de vós por mim”, declarou, conseguindo calar a multidão que se encontrava em festa há cerca de uma hora, após a saída do fumo branco da chaminé colocada sobre a Capela Sistina. A primeira bênção seria, posteriormente, estendida a "todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade".

O Papa começou por desejar uma “boa noite” aos presentes e agradeceu o “acolhimento” da comunidade de Roma. Francisco I propôs ainda uma oração pelo Papa Emérito, Bento XVI, para que o “Senhor o abençoe”. A intervenção aludiu depois a um “caminho” que começa, unindo “bispo e povo”, na Igreja de Roma, “aquela que preside na caridade a todas as Igrejas”. “Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós”, precisou. “Rezemos sempre por nós, uns pelos outros, por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade”, acrescentou o novo Papa.

Francisco I deixou votos de que “este caminho da Igreja” seja “frutuoso para a evangelização desta tão bela cidade (Roma)”.

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