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O sofrimento das minorias cristãs no Médio Oriente
Orações aflitas pela paz
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Mortos, perseguidos, ameaçados. Em fuga. No Egipto, Iraque, Síria, Irão… há uma palavra comum aos Cristãos: medo. A Primavera Árabe transformou-se num verdadeiro inferno.

 

Os Cristãos estão a viver dias de angústia no Médio Oriente. Depois de décadas de opressão de regimes ditatoriais, a Primavera Árabe que sacudiu o Norte de África e o Médio Oriente em 2011 parecia o início de um tempo novo.
Ao poder corrupto sustentado essencialmente nas riquezas do subsolo destes países, contrapunha-se, então, um legítimo desejo de liberdade. Nada disso, porém, se confirmou.
Hoje, estes países estão paralisados. A guerra civil síria tem espantado o mundo pela sua inconcebível violência, que já levou até à utilização de armas químicas e à ameaça de uma intervenção militar contra o regime de Damasco, que poderá “exportar” o conflito.
No Egipto, por seu lado, os atentados sucedem-se dia após dia, mesmo depois de o Exército ter deposto o presidente Morsi e afastado do poder o movimento radical Irmandade Muçulmana. O Iraque continua a ser palco de atentados mortíferos. De facto, o Médio Oriente transformou-se num verdadeiro barril de pólvora que pode explodir com consequências terríveis para a região e o mundo.

 

Viver com medo

No meio deste caos, os Cristãos estão ainda mais fragilizados, “vivem no medo e ninguém parece poder ajudá-los”, como sublinha Marc Fromager, especialista em assuntos do Médio Oriente.
“Para as minorias” - acrescenta Fromager, director pela delegação francesa da Fundação AIS – “esta situação tem vindo a agravar-se ainda mais pois, no seio do próprio Islão, o confronto cada vez mais violento que opõe sunitas e xiitas torna improvável qualquer tipo de coabitação”.
Marc Fromager recorda que, por exemplo no Iraque, a esmagadora maioria das vítimas de atentados e ataques são consequência directa destes confrontos.
A situação revela-se, pois, muito complexa e tensa no que diz respeito aos Cristãos. Eles são ultra-minoritários e quase todos estrangeiros na Tunísia e Líbia, enquanto que no Egipto e Síria representam uma minoria já considerável, entre os 8 e os 10% da população.
“Em ambos os países, pode dizer-se que a Primavera Árabe se tornou no Inverno islâmico”, afirma Fromager. Na Síria, mal começaram os confrontos que degeneraram rapidamente numa guerra civil terrível, e a situação revelou-se “catastrófica” para a comunidade cristã, que “teme a repetição do cenário iraquiano”, observa este especialista da Fundação AIS.

 

Gritos de ajuda

Do Médio Oriente continuam a chegar-nos gritos de ajuda, lágrimas de desespero, orações aflitas. Na passada terça-feira, segundo as Nações Unidas, o número de refugiados sírios ultrapassou já os dois milhões, sendo que mais de metade são crianças.
Nas últimas semanas têm-se multiplicado também os atentados contra igrejas e comunidades cristãs no Egipto. A situação é de facto explosiva.
O Papa Francisco convocou o mundo para uma jornada de jejum e oração este fim-de-semana. Também a Fundação AIS promoveu uma campanha de oração pela paz na Síria, que se iniciou no final do mês de Agosto e que se estendeu até à passada sexta-feira.
Quando as armas teimosamente não se calam, resta sempre a oração.

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