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A uma janela de Roma
A Igreja é uma mãe que nunca desiste dos seus filhos
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O Papa comparou a Igreja a uma mãe que oferece esperança aos seus filhos. Na semana em que falou do acolhimento pastoral, Francisco lançou um duplo desafio aos políticos e aos eleitores e lembrou que a vingança não serve o mundo, nem a salvação.

 

1. O Papa Francisco comparou esta quarta-feira a Igreja a uma mãe que nunca desiste dos seus filhos nem lhes fecha a porta. Como exemplo, o Papa falou de Santa Mónica. Esta cristã dos primeiros séculos nunca deixou de rezar pela conversão do seu filho, que levava uma vida pagã e afastada de Deus. Devido à intensidade das suas orações o filho converteu-se, tornando-se nada mais que Santo Agostinho, um dos mais influentes nomes da Igreja universal.

Francisco considera que a Igreja é como uma mãe que oferece esperança aos seus filhos, mesmo na noite mais escura. Durante a audiência geral, a questão da Síria não foi esquecida. Desde o início do seu pontificado que Francisco tem rezado pela situação naquele país do Médio Oriente, onde já morreram mais de 100 mil pessoas. “Empenhemo-nos todos em encorajar os esforços por uma solução diplomática e política dos focos de guerra que ainda são preocupantes no mundo. O meu pensamento vai em particular para a querida população síria. Esta tragédia humana apenas pode ser resolvida com diálogo e negociação, no respeito pela justiça e a dignidade de cada pessoa, em especial dos mais pobres e indefesos.”

O Papa lembrou que este sábado, dia 21, se assinala o Dia Internacional da Paz, por iniciativa das Nações Unidas, e pediu aos católicos que rezem por essa intenção.

 

2. “Mesmo agora que sou Papa sinto-me ainda um sacerdote”. Esta foi uma das passagens-chave do diálogo que o Papa Francisco teve, na manhã de segunda-feira, dia 16, com os sacerdotes da Diocese de Roma, reunidos na Basílica de São João de Latrão.

Durante o diálogo, o Papa disse que no serviço pastoral não se deve “confundir a criatividade com fazer alguma coisa nova”. A criatividade – disse – “é procurar o caminho para que o Evangelho seja anunciado” e isto “não é fácil”. Criatividade “não é somente mudar as coisas”. “É uma outra coisa, vem do Espírito e faz-se com a oração, faz-se falando com os fiéis, com as pessoas”, apontou. A Igreja, continuou o Papa, e “também o Código de Direito Canónico dão-nos tantas, tantas possibilidades, tanta liberdade para procurarmos estas coisas. É necessário procurar os momentos de acolhimento, quando os fiéis vão à paróquia por um motivo ou outro”. E criticou severamente aqueles que, numa paróquia, estão mais preocupados em pedir dinheiro por um certificado que pelo Sacramento e assim “afastam as pessoas”. É necessário, pelo contrário, “o acolhimento cordial”, para que “aquele que vem à Igreja se sinta como na sua casa, se sinta bem, que não se sinta explorado”. Mas se, pelo contrário, a pessoa vê que existe um interesse económico, então afasta-se”, garantiu o Papa.

 

3. O Papa Francisco lançou esta semana um duplo desafio aos políticos e aos eleitores. Na sua homilia na capela de Santa Marta, no Vaticano, o Papa sublinhou que a humildade e o amor são indispensáveis para quem governa. Francisco desafiou os políticos a interrogarem-se: “Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade! E cada homem, cada mulher chamado a tomar posse de um serviço de governo, deve interrogar-se sobre dois assuntos: eu amo o meu povo para o servir melhor? Sou humilde e ouço toda gente, as várias opiniões para despois escolher o melhor caminho?”. Francisco adiantou que “se [os políticos] não fazem estas perguntas, o seu governo não será bom. O governante, homem ou mulher, que ama o seu povo é um homem ou uma mulher humilde!”.

Na mesma homilia, Francisco estendeu o desafio aos eleitores. O Papa – que defende que os cristãos se devem envolver na política – disse que “ninguém se pode colocar de fora dos desafios políticos do seu país, nem pode dizer: Eu não tenho nada a ver com isto, eles que governem… Não! – prosseguiu Francisco – eu sou responsável pelo seu governo e devo dar o meu melhor para que governem bem  e participar na política como puder. Eu não posso lavar as mãos… Todos temos de dar alguma coisa!”, observou.

 

4. O Papa Francisco afirmou no passado Domingo, dia 15, que a vingança não serve o mundo, nem a salvação. “Se vivemos segundo a lei ‘olho por olho, dente por dente’ não saímos da espiral do mal. O maligno é esperto e cria a ilusão de que com a nossa justiça humana podemos salvar-nos e salvar o mundo”, avisou durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro. “Na realidade, só a justiça de Deus nos pode salvar”, acrescentou.

Francisco falou ainda sobre o pecado e a importância da misericórdia e do amor de Deus. “A misericórdia é a verdadeira força que pode salvar o homem e o mundo do cancro que é o pecado, um mal moral e espiritual. Só o amor preenche o vazio, as voragens negativas que o mal abre nos corações e na história. Só o amor pode fazer isto e esta é a alegria de Deus”, salientou.

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