Lisboa |
Encontro da Pastoral Social, em Torres Vedras
Patriarcado quer reunir em associação as instituições de solidariedade
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O Patriarcado de Lisboa deseja constituir uma “associação diocesana das instituições de solidariedade”, que “aumente a entreajuda” entre os serviços sociocaritativos da Igreja diocesana. Esta possibilidade foi anunciada durante um encontro da Pastoral Social, que decorreu em Torres Vedras, no passado dia 24 de abril, e reuniu cerca de 600 agentes sociais.

  

“A diocese tem vindo a refletir, e começa a ser agora, porventura, urgente, promovermos uma associação diocesana das instituições de solidariedade. Porque a união faz a força, para nos podermos entrosar mais, criarmos instrumentos de formação e instrumentos de vigilância – a vigilância não é somente fiscalização, mas o conhecimento da realidade e a promoção do cumprimento das nossas obrigações e dos nossos deveres, e defesa dos nossos direitos”, explicou o ecónomo diocesano, cónego Álvaro Bizarro, durante o encontro. Esta possível associação diocesana das instituições de solidariedade visa, segundo este sacerdote, “aumentar a entreajuda, para que as instituições possam cumprir com fidelidade aquilo a que são chamadas a ser”.

O diretor do Departamento da Pastoral Sociocaritativa do Patriarcado de Lisboa, cónego Francisco Crespo, lembrou o “inquérito feito às instituições sociais da diocese sobre a criação de uma associação, uma federação ou uma união diocesana das instituições canónicas e em que a disponibilidade para integrar esta nova associação rondou os 95 a 98%”.

 

Novos Estatutos

O novo modelo de Estatutos para os centros sociais paroquiais e outros institutos da Igreja, aprovado recentemente pelos bispos portugueses durante a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, foi também refletido durante este encontro em Torres Vedras, com o ecónomo diocesano a salientar que “o novo modelo deverá ser enviado às instituições sociais da diocese durante a primeira semana de maio, para que possa ser trabalhado e porventura depurar algo que não esteja em consonância com a sua atividade e expressão concreta”. Segundo o cónego Álvaro Bizarro, o “novo modelo de Estatutos tem um primeiro elemento essencial: a clareza da identidade canónica de cada uma das nossas pessoas jurídicas”. “Pela primeira vez, alguma ambiguidade que existia pela figura do pároco ser ao mesmo tempo administrador da paróquia e presidente do centro social paroquial fica muito desfeita com este modelo de Estatutos. A autonomia está bem vincada, permitindo uma cooperação ainda mais eficaz entre a paróquia e o centro social paroquial. E o vínculo dessa cooperação e dessa eficácia é garantido sempre através do serviço da comunhão e do serviço de vigilância que é promovido pelo ordinário da diocese e do papel específico que pode vir a ter o sacerdote no momento, ou na circunstância, em que não seja ele o presidente do centro social paroquial. Permitem estes novos Estatutos, de forma muito linear, que o presidente do centro social paroquial seja o pároco ou outro elemento, cabendo sempre ao pároco a apresentação dos nomes. A intenção é que o pároco fique mais livre para prestar, nas instituições, um serviço que mais ninguém pode prestar, como confessar utentes, crianças ou presidir à Eucaristia”, revelou.

 

Catequese e caridade

Neste encontro sobre ‘O Serviço da Caridade como Evangelização das Comunidades’, o Cardeal-Patriarca de Lisboa lembrou as três características da caridade cristã, expressas pelo Papa Emérito Bento XVI, na encíclica ‘Deus Caritas est’: “Ser imediata, ou seja, fazer aquilo que imediatamente é necessário; ser independente, isto é, não se fazer por ideologia; e ser gratuita, porque a recompensa de fazer o bem é o bem”. D. Manuel Clemente sublinhou igualmente a necessidade de “envolver as crianças da catequese na ação sociocaritativa”. Ao Jornal VOZ DA VERDADE, no final do encontro, o Cardeal-Patriarca frisou que “as comunidades cristãs têm que viver e manifestar as três dimensões de Cristo: na Palavra, na oração e na caridade”. “O importante é que tudo na comunidade cristã seja manifestação destas três dimensões, que acabam por ser uma só”, garantiu D. Manuel Clemente.

 

Trabalho conjunto

O diretor do Departamento da Pastoral Sociocaritativa do Patriarcado de Lisboa, na introdução ao encontro, apelou ao “trabalho conjunto” e à inovação. “Uma nova pastoral em chave de missão deve abandonar o critério do “sempre se fez assim” e convidar pastores e demais cristãos a serem “audazes” e “criativos” a repensarem os objetivos, estruturas, estilos e métodos evangelizadores das comunidades”, apontou o cónego Crespo. 

 

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Um apelo às comunidades cristãs

Durante o encontro da Pastoral Social em Torres Vedras, o presidente da Comunidade Vida e Paz, Henrique Joaquim, apelou às comunidades cristãs da diocese para darem uma oportunidade aos sem-abrigo, acompanhados pela instituição, que querem mudar de vida. Ao Jornal VOZ DA VERDADE, este responsável concretizou depois este apelo: “O contexto não está favorável para as pessoas que têm handicaps, quer ao nível cognitivo, formativo, quer até percursos de vida ligados à justiça. A Igreja tem um grande desafio: como acolher estas pessoas na sua fragilidade, porque há muitas que com um pequeno apoio conseguem viver com bastante autonomia. Estamos a tentar reativar as oficinas que temos e a capacidade produtiva, para mostrar que estas pessoas têm talentos, assim elas possam ser aproveitadas. A comunidade cristã pode-nos ajudar acolhendo algumas pessoas, para tarefas como motoristas ou monitores, e pedindo trabalhos gráficos ou de carpintaria à Comunidade Vida e Paz”.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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