Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
“Porque tens um X ao pescoço?”
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“Porque tens um X ao pescoço?” – foi a pergunta que me colocou uma criança durante uma visita a uma escola do 1º ciclo, referindo-se à cruz que os Bispos usam, como proclamação de que “toda a nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Aquela criança simplesmente ignorava o que era uma cruz. Para ela tratava-se apenas de um adorno em forma de X.

Não conheço os seus pais ou avós. Não sei se são ou não crentes; se são ou não batizados. Mas o facto é aquela questão não deixou de ecoar no meu espírito como um “sinal dos nossos tempos”: em Portugal a cruz de Jesus Cristo deixou de ser reconhecida por todos como realidade que marca o nosso modo de viver.

O caso foi, certamente, uma excepção. Até porque, na mesma escola, algumas outras crianças não resistiram a pegar na cruz para a admirar. Não se trata de uma questão de fé. Trata-se de aquela criança nunca ter encontrado sequer um adulto que fosse capaz de lhe falar de Jesus, da cruz e de como nela teve lugar a salvação.

Muitas têm sido as tentativas de apagar da vida dos portugueses os sinais da fé que lhes moldou o modo de viver, os valores, as atitudes. E, com o desaparecimento público desses sinais foram empurrando a fé para o “segredo das consciências”, como se Jesus não tivesse proclamado bem alto e para todos a proximidade do Reino de Deus. E nós, cristãos, fomos deixando que nos calassem o anúncio.

Não se trata de arranjar mais gente para o nosso grupo; de querer que os cristãos tenham mais peso na vida coletiva, como se fossem um partido político ou uma qualquer associação. Trata-se antes de não podermos deixar de partilhar esta alegria imensa; de não podermos calar o facto de percebemos que Deus, longe de ser um “mistério” distante que não podemos conhecer, se fez visível, audível em Jesus de Nazaré. E que continua hoje a ser visível, audível por meio da vida dos cristãos.

No entanto, todos os seres humanos têm o direito de escutar essa proclamação. Por sua causa e por causa do próprio Deus que a todos quer encontrar. Como responderam os Apóstolos diante do Sinédrio: “vale mais obedecer a Deus que aos homens; nós não podemos calar o que vimos e ouvimos”.

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