O padre João Silva é o terceiro português da Ordem de Santo Agostinho (OSA) a ser ordenado sacerdote, nos últimos sete anos, e foi desafiado por D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, a não deixar confundir as suas “fragilidades e imperfeições” com “o Evangelho”.

“Caro João, como o Apóstolo Paulo, também tu escutaste um dia o apelo irresistível de Jesus que te chamava para a missão. Hoje, o Senhor confia-te o Seu ministério. É o Seu tesouro – aquilo que Jesus tem de melhor para dar à humanidade, e que é Ele próprio, ‘caminho, verdade e vida’. Mas, como Paulo e como todos nós, também tu és um vaso de barro, com fragilidades e imperfeições. Nunca deixes que as confundam com o Evangelho. O Senhor não te chamou para seres o centro das atenções, para te anunciares a ti mesmo e às tuas opiniões”, lembrou D. Nuno Brás, na celebração de ordenação deste jovem, que decorreu na Igreja da Portela de Azóia, na tarde do passado dia 8 de julho.

Ao agora padre João Silva, o Bispo Auxiliar do Patriarcado destacou a importância de dar a conhecer Jesus Cristo ao mundo de hoje. “O ministério que Ele hoje te confia é a missão de O tornares presente a Ele. É o serviço de permitires que hoje e para o resto da tua vida, tantos anos depois da ressurreição, Ele continue a poder encontrar-Se com todos os homens e mulheres com que te cruzares. É Deus quem age em ti e através de ti. É a nova criação, fruto da vitória de Jesus sobre a morte, que em ti e por ti se torna presente e atuante, hoje, na vida do mundo”, referiu D. Nuno Brás, sublinhando que a vocação sacerdotal deste jovem da Paróquia de Santa Iria de Azóia “não permite tempos mortos”. “Não permite horários fixos, folgas ou interrupções. Toma posse de todo o nosso ser, de todo o nosso viver. Nem caias nunca na tentação e na ilusão de fazeres descontos às exigências do Evangelho para o tornares mais apetecível. Porque apenas a radicalidade do Evangelho – aquele ‘Evangelho sem descontos’ de S. Francisco de Assis – é capaz de responder aos anseios do coração do Homem. Hoje o Senhor confia-te a ti, João, vaso de barro como o Apóstolo, o tesouro do seu ministério”, frisou, assegurando: “Hoje, o Bom Pastor confia-te o seu rebanho, certo de que te dispões a dar a vida pelas suas ovelhas, e de que irás à procura das tantas que andam perdidas”.

Esperança na misericórdia

Depois da ordenação, em 2010, do padre Rui Caldeira, atual coadjutor da Paróquia de São Domingos de Rana, em Cascais, e do padre Tiago Alberto, coadjutor de Santa Iria de Azóia, em Loures, e que foi ordenado em 2015, a OSA vê um terceiro jovem português ser ordenado sacerdote, desde o regresso da Ordem religiosa ao Patriarcado de Lisboa, há mais de 40 anos. “Tu, como Santo Agostinho, ancorado na Graça divina, tem a coragem de responder que a tua esperança se encontra apenas na Sua misericórdia. Em cada dia, disponível para o seu serviço, pede-lhe: “[Senhor], dá o que mandas, e manda o que quiseres” (Conf. X, 29,4).”, desafiou o Bispo Auxiliar de Lisboa ao recém-ordenado padre João Silva, que assim se tornou no terceiro sacerdote português da Ordem de Santo Agostinho.