Lisboa |
Início da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras
Impulsionar a evangelização no Oeste
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa espera que a Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras, que se iniciou a 14 de janeiro e se prolonga até março, impulsione a presença da Igreja no Oeste. No Centro Pastoral de Torres Vedras, num encontro com o clero e os conselhos pastorais paroquiais desta vigararia, D. Manuel Clemente deixou um convite a “repropor o Evangelho de sempre”.

 

“As visitas pastorais trazem a vantagem de, sistematicamente e globalmente, as coisas serem mais verificadas, mais analisadas e, sobretudo, mais impulsionadas”. Foi desta forma que o Cardeal-Patriarca inaugurou a Visita Pastoral à ‘sua’ Vigararia de Torres Vedras, que tem como tema ‘Palavra e Missão’ e está “toda ela centrada na Palavra de Deus”. Torriense, D. Manuel Clemente começou por explicar que a Visita Pastoral será feita “através da presença dos Bispos Auxiliares nas paróquias” e dos “encontros gerais com os diversos setores da vida da Igreja”, que contarão com a sua presença (ver caixa).

 

Repropor o Evangelho de sempre

Neste encontro com o clero, os conselhos pastorais paroquiais e as comissões das igrejas das 20 paróquias desta vigararia, que decorreu no Centro Pastoral de Torres Vedras, na tarde do passado Domingo, 14 de janeiro, o Cardeal-Patriarca deixou um convite ao anúncio. “Nos territórios que já não são de missão ‘ad gentes’, porque o Evangelho já lá foi levado há séculos, não chega a ação pastoral normal para alimentar essas comunidades. É preciso que nós sejamos suficientemente criativos para, com novo ardor, novos métodos, novas expressões, repropormos o Evangelho de sempre. Isto é a nova evangelização”, sublinhou, recordando-se da última Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras, que decorreu em 1993, há precisamente 25 anos, com o lema ‘Para uma nova evangelização, renovar em Cristo os cristãos e as comunidades’.

Segundo números apresentados durante o encontro, com base em dados das paróquias de Torres Vedras e Matacães, menos de sete por cento da população participa, atualmente, nas Eucaristias dominicais. “Isto é uma situação típica que requer nova evangelização: novo ardor, novos métodos, novas expressões”, acentuou D. Manuel Clemente, sublinhando que “desde o tempo do Papa João Paulo II, no que diz respeito aos novos métodos, há muita coisa a que podemos e devemos recorrer”. “Nós sabemos que grande parte da nossa população, todos os dias, navega, e navega muito, em tudo que é o mundo da internet, das redes sociais e de tudo aquilo que nos põe em contacto uns com os outros, de uma maneira completamente inédita em dois mil anos de cristianismo e até de mundo. Mas há outras conexões que se estabelecem, porque boa parte desta população é uma população circulante. É população que está aqui, mas também pode estar em Lisboa e também pode estar noutros sítios, ou que está fora e vem cá ao fim-de-semana...”, manifestou.

Aos cristãos que marcaram presença no Centro Pastoral de Torres Vedras, o Cardeal-Patriarca deixou um alerta: “Nós, hoje, encontramos aqui, na Vigararia de Torres Vedras, como podemos encontrar em qualquer uma das outras 17 vigararias da nossa diocese, sobretudo nas da zona de Lisboa e da periferia de Lisboa, e às vezes na mesma rua, para não dizer no mesmo prédio, tudo isto: missão ‘ad gentes’, ação pastoral e nova evangelização”.

 

Caminho comum

No final da sua intervenção, D. Manuel Clemente deixou um incentivo à participação nesta Visita Pastoral. “Estamos no caminho sinodal, na insistência da Palavra de Deus como o lugar onde nasce a fé, que é o lema para este ano pastoral, sem deixar de lembrar que, ao longo destes três próximos anos de receção sinodal, quer em relação à Palavra de Deus (2017/18), quer em relação à liturgia (2018/19), quer em relação à ação sócio caritativa (2019/20), nós devemos crescer nas nossas comunidades exatamente como rede de relações fraternas. Temos que aproveitar esta Visita Pastoral e temos que a levar muito para diante nesse sentido sinodal, isto é, ativar conselhos pastorais paroquiais, ativar conselhos económicos paroquiais, ativar tudo aquilo que nos faça viver uns com os outros. Porque é exatamente nesta ativação que nós fazemos o caminho comum, que o Sínodo significa na nossa Igreja de Lisboa”, frisou o Cardeal-Patriarca, no início da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras.

 

“Abençoada iniciativa pastoral”

O vigário da Vigararia de Torres Vedras, cónego Daniel Batalha Henriques, salientou que “as 20 paróquias desta vigararia agradecem de coração, e erguem o seu hino de louvor ao Bom Pastor, por esta abençoada iniciativa pastoral”. Este sacerdote, que é pároco de Torres Vedras e Matacães, lembrou que D. Manuel Clemente e D. Nuno Brás são “naturais – e a ela tão afeiçoados – desta vigararia” e fez depois a apresentação da realidade humana e pastoral da vigararia. “Situada na região pastoral do Oeste do Patriarcado de Lisboa, esta vigararia tem 20 paróquias, sendo que 19 pertencem ao concelho de Torres Vedras e uma, a do Vimeiro, ao concelho da Lourinhã. Abrange uma área de 407 quilómetros quadrados e a sua população situa-se um pouco abaixo das 80 mil pessoas. Nos últimos anos, a média etária tem vindo a aumentar ligeiramente, situando-se atualmente um pouco acima dos 43 anos. Entre 2001 e 2011, assistiu-se a um forte decréscimo do número de pessoas empregadas no setor primário, ou seja, da agricultura e pecuária, que caiu 20,61 por cento. No setor secundário, a indústria e a construção civil caíram 17,41 por cento. Por outro lado, no setor terciário, o comércio e os serviços aumentaram em 25 por cento. A situação religiosa, atualizada em 2012, mostra que 79,95 por cento dos moradores do concelho apresentavam-se como católicos, 6,84 por cento sem religião, 1,20 por cento ortodoxos, 0,94 por cento protestantes e 1,78 por cento de outras Igrejas cristãs. Em 2016, realizaram-se, nas paróquias da vigararia, 546 batismos, 114 matrimónios, 512 crismas (sendo que em três paróquias se realiza no 4º ano da catequese) e foram registados 849 óbitos. A catequese na vigararia tem 3102 crianças, servidas por 506 catequistas, havendo ainda oito agrupamento de Escuteiros”, revelou o cónego Daniel, destacando ainda a presença, no espaço geográfico da vigararia, “dos irmãos franciscanos do Convento do Varatojo, onde funciona o noviciado franciscano, com quatro noviços, uma comunidade católica de rito bizantino, dois institutos religiosos femininos: as Missionárias Apóstolas da Palavra, com seis irmãs, e as Teresianas, com duas irmãs, o Seminário Menor de Nossa Senhora da Graça, em Penafirme, com seis alunos e quatro sacerdotes membros da equipa formadora, o Pré-Seminário, que acompanha 48 rapazes, o Centro Diocesano de Espiritualidade do Turcifal e o Externato de Penafirme”. “Se há 25 anos se sentia a necessidade de renovar em Cristo os cristãos e as comunidades, em ordem a uma nova evangelização, pode dizer-se que esta necessidade não se faz sentir menos nos dias de hoje”, apontou o vigário de Torres Vedras.

 

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Eucaristia de abertura da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras

“Anunciar Jesus, permanecer com Ele, testemunhá-l’O”

 

A Eucaristia é “a melhor maneira de começar a Visita Pastoral”, garantia, no início da celebração de abertura da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras, o Cardeal-Patriarca de Lisboa.

 

No Centro Pastoral de Torres Vedras, D. Manuel Clemente presidiu à Eucaristia, após o encontro com o clero e os conselhos pastorais paroquiais, salientando que o Evangelho da celebração “é muito esclarecedor acerca do que há de ser cada uma das nossas comunidades cristãs” e “o que há de ser também a nossa ação como membros ativos dessas comunidades”. “Em primeiro lugar, será o anúncio de Jesus Cristo. Depois, há de ser a sua morada e, a partir daí, o motivo de encontro dos outros com o mesmo Cristo. Aqui se resume tudo aquilo a que poderíamos chamar a evangelização”, descreveu.

Sobre o anúncio: “Cada uma das 20 paróquias desta nossa Vigararia de Torres Vedras tem de ser o lugar onde se anuncia Jesus. Toda a nossa atividade evangelizadora e catequética é isto mesmo: anunciar a Pessoa viva de Jesus Cristo, que nos faz viver de outra maneira com Deus e com os demais. Que todo o ato catequético, toda a palestra, conferência, conversa, pregação, homilia — nas igrejas paroquiais, nas outras igrejas e nas igrejas domésticas de cada família cristã — anuncie a Pessoa de Jesus. Nós não andamos à volta de abstrações, andamos à volta de uma Pessoa, um Verbo, Aquilo que Deus tinha para nos dizer, que encarnou, ganhou carne e figura. Nós anunciamos a Pessoa de Jesus”. Em segundo lugar, prosseguiu o Cardeal-Patriarca, “que cada uma das nossas comunidades cristãs seja um local onde nós nos demoremos com Ele, a sua morada”. “Encontramo-nos tantas vezes na igreja, que ela seja a casa de Jesus. Demos mais pela sua presença. Que cada uma das nossas igrejas seja morada de Cristo, porque Ele está lá, está lá como Palavra, está lá como Sacramento, está lá como convivência cristã, está lá como acolhimento”, salientou. Por fim, “ninguém é capaz de calar uma experiência viva do Senhor”. “Quando a experiência é viva, desencadeia-se, transmite-se”, garantiu D. Manuel Clemente, terminando: “Este é um belo programa para a nossa Visita Pastoral, a estas 20 paróquias, e para sempre a cada uma das comunidades cristãs da vigararia: anunciar Jesus, permanecer com Ele, testemunhá-l’O, reconhecer-se a si próprio e toda a sua vida a partir d’Ele. Tão simples como isto, mas nada menos do que isto”.

 

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Programa da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras

‘Palavra e Missão’ é o tema da Visita Pastoral às 20 paróquias que compõem a Vigararia de Torres Vedras e que decorre até dia 11 de março. Torres Vedras, Campelos e Outeiro da Cabeça (16 a 21 jan.), Matacães, Carvoeira e São Domingos de Carmões (23 a 28 jan.), Silveira e São Pedro da Cadeira (30 jan. a 4 fev.), A-dos-Cunhados, Vimeiro, Monte Redondo e Maxial (6 a 11 fev.), Runa, Dois Portos e São Mamede da Ventosa (13 a 18 fev.), Freiria (19 a 26 fev.), Ponte do Rol (27 fev. a 4 mar.) e Ramalhal e Turcifal (6 a 10 mar.) são as paróquias que, ao longo de dois meses, vão receber a visita de D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás, Bispos Auxiliares de Lisboa.

São sete os  encontros gerais vicariais, por áreas da pastoral, que vão decorrer sempre às 21h30, com a presença de D. Manuel Clemente: Empresários (31 jan., no Convento do Varatojo), Catequistas (2 fev., no Externato de Penafirme), Pastoral Social (7 fev., no salão de festas da Paróquia da Silveira), Liturgia (16 fev., na Casa do Povo de Ramalhal), Família (2 mar., no Centro de Espiritualidade do Turcifal), Autarcas (9 mar., no Centro Pastoral de Torres Vedras) e Juventude (10 mar., no Centro Pastoral de Torres Vedras).

Para o dia 11 de março, Domingo, está marcado o encerramento da Visita Pastoral e a Jornada Penitencial Vicarial, no Pavilhão Multiusos de Torres Vedras. Às 14h00, acontece a Via Sacra, a partir de três pontos distintos até ao pavilhão, local onde vai ser celebrada, a partir das 16h00, a Eucaristia de encerramento, presidida pelo Cardeal-Patriarca.

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