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“A compaixão é a chave da vida cristã”
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O Papa recordou Nossa Senhora do Carmo. Na semana em que foi apresentado no Vaticano um relatório sobre a perseguição aos cristãos, Francisco apelou a um acordo que “ponha fim ao sofrimento da gente de bem” da Venezuela e viu o Barco-Hospital com o seu nome iniciar a sua missão. A Santa Sé reiterou que “Deus é o único Senhor da vida”.

 

1. O Papa Francisco assinalou a festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo, mãe da Ordem Carmelita, venerada desde o século XIII. “Hoje, festa de #NossaSenhoradoCarmo, contemplamos Nossa Senhora que está ao lado da Cruz de Cristo. Esse é também o lugar da Igreja: perto de Cristo”, escreveu o Papa, no passado dia 16 de julho, na sua conta oficial na rede social Twitter (https://twitter.com/pontifex_pt).

 

2. O subsecretário do Vaticano para as Relações com os Estados abordou as conclusões de um estudo independente dedicado à perseguição aos cristãos, salientando a importância deste trabalho para “uma crescente consciencialização à volta do problema da discriminação e perseguição motivada pela crença religiosa” e para denunciar “o contexto trágico em que vivem os cristãos em diversas partes do mundo”. “Não podemos ignorar o facto de que a perseguição religiosa atinge hoje em larga escala uma variedade de comunidades religiosas, grupos e indivíduos. Infelizmente, muitos destes crimes parecem continuar impunes e a persistir sob pouco mais do que o olhar envergonhado da comunidade internacional”, frisou o padre Antoine Camilleri, em declarações divulgadas pela Santa Sé, no passado dia 16, a propósito do ‘Relatório sobre a Perseguição aos Cristãos’, apresentado em Roma. Neste trabalho, é demonstrado que, atualmente, uma em cada três pessoas sofrem de perseguição religiosa em todo o mundo, sendo que 80 por cento das vítimas são cristãs. “A dramática realidade da perseguição religiosa suscita enorme preocupação na Santa Sé, não só por causa dos cristãos que sofrem, mas também pela situação de todos quantos partilham uma determinada crença”, sublinhou o padre Camilleri, que apela ainda aos líderes religiosos, e aos políticos, para se empenharem na erradicação deste mal: “É crucial que se reconheça a responsabilidade dos líderes religiosos na promoção de uma coexistência pacífica, através do diálogo e da compreensão mútua, para que as respetivas comunidades e crentes respeitem aqueles que professam uma fé diferente, em vez de fomentarem a agressão e a violência”.

 

3. O Papa Francisco lembrou o “perdurar da crise” na Venezuela e pediu às partes em conflito para chegarem a um acordo “quanto antes” para que termine o “sofrimento da gente de bem do país”. “Peçamos ao Senhor que inspire e ilumine as partes em causa, para que possam quanto antes chegar a um acordo que ponha fim ao sofrimento da gente de bem do país e de toda a região”, afirmou o Papa, na oração do Angelus, na manhã do passado Domingo, 14 de julho. No encontro com os peregrinos e turistas presentes na Praça de São Pedro, Francisco quis exprimir “uma vez mais” a sua proximidade ao “amado povo venezuelano, particularmente provado pelo perdurar da crise”.

O Papa comentou ainda o texto do Evangelho lido nas Missas desse Domingo, a “bela parábola do Bom Samaritano”, e convidou os presentes a ler a página do evangelista Lucas, no capítulo 10, versículo 25, onde se encontra “uma das mais belas parábolas do Evangelho”. A parábola traça o “modelo de como deve agir um cristão”, afirmou. “Jesus propõe como modelo um samaritano, um que não era um homem de fé”, lembrou o Papa Francisco, valorizando a sua decisão de se fazer próximo do homem que estava caído na estrada. “Não somos nós que, com os nossos critérios, tendo por base os nossos critérios, definimos quem é o próximo e quem não o é, mas a pessoa em situação de necessidade que deve poder reconhecer quem é o seu próximo”, afirmou.

O Papa referiu ainda que “ser capaz de ter compaixão” é a chave do cristão. “Se não sentes compaixão diante de uma pessoa necessitada, se o teu coração não se comove, temos de dizer que alguma coisa não está bem”, alertou Francisco. “Não vos deixeis levar pela insensibilidade egoísta”, pediu o Papa na oração do Angelus.

 

4. Nascido após uma conversa do Papa com os frades da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, no Rio de Janeiro, em 2013, o Barco-Hospital Papa Francisco foi inaugurado no último fim-de-semana. O navio vai cuidar da saúde e do espírito de quase 700 mil pessoas, ao longo do Rio Amazonas, no Estado do Pará, Brasil. “Estamos aqui, realmente, diante de um milagre e, se Deus quiser, vamos poder atender muita gente”, desejou o Bispo da diocese brasileira de Óbidos, D. Bernardo Bahlmann. A embarcação vai levar médicos e consagrados, de cais em cais, entre as mil comunidades ribeirinhas de 12 municípios. “Aqui poderemos, de facto, colocar a caridade em prática, indo ao encontro daqueles mais necessitados, dos pobre e sem condições e que precisam de um tratamento melhor”, acrescentou o prelado.

A embarcação tem consultórios, centro cirúrgico, laboratórios, enfermaria e salas especiais, como de vacinação, para além de equipamentos para realizar os exames e os casos mais complexos vão ser encaminhados para os hospitais de base de Óbidos, Juruti e Alenquer.

 

5. O Vaticano manifestou pesar pela morte do enfermeiro francês Vincent Lambert, que estaria em estado vegetativo há dez anos e que deixou de receber nutrição e hidratação por decisão judicial. “Recebemos com dor a notícia da morte de Vincent Lambert. Rezamos para que o Senhor o acolha na sua Casa e exprimimos proximidade aos seus familiares e a quantos se empenharam em assisti-lo até ao fim, com amor e dedicação. Recordamos e reafirmamos o que disse o Santo Padre, sobre esta dolorosa questão: Deus é o único Senhor da vida, desde o início até ao fim natural e é nosso dever cuidá-la sempre e não ceder à cultura do descarte”, refere a nota.

Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão
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