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“Peçamos a São José que nos dê coragem para dizer a verdade”
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O Papa Francisco renovou o apelo a imitar o exemplo de São José. Na semana em que anunciou o tema para o II Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, o Papa mostrou-se preocupado com a situação na Ucrânia e pediu “esforços pela paz”, falou do Jubileu 2025 como uma oportunidade para “um renovado renascimento” e alertou para o “vírus” social do individualismo e da indiferença.

 

1. O Papa Francisco apontou São José como “o Guardião da Igreja, porque a Igreja é o prolongamento do Corpo de Cristo na história e ao mesmo tempo, na maternidade da Igreja, espelha-se a maternidade de Maria”. “José, continuando a proteger a Igreja, continua a proteger o Menino e sua Mãe; e também nós, amando a Igreja, continuamos a amar o Menino e sua Mãe”, reforçou o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 16 de fevereiro. Na Sala Paulo VI, no Vaticano, Francisco sublinhou a ideia de que, “de certa forma, Jesus, Maria e José são o núcleo primordial da Igreja” e que “também nós «sempre nos devemos interrogar se estamos a proteger com todas as nossas forças Jesus e Maria, que misteriosamente estão confiados à nossa responsabilidade, ao nosso cuidado, à nossa guarda» (Patris corde, 5)”, referiu, citando a carta apostólica.

Pedindo que se imite o seu exemplo, o Papa encorajou a pedir a interceção de São José “precisamente nos momentos mais difíceis da vossa vida e das vossas comunidades”. “Onde os nossos erros se tornam um escândalo, peçamos a São José que nos dê coragem para dizer a verdade, pedir perdão e recomeçar humildemente. Onde a perseguição impede que o Evangelho seja proclamado, peçamos a São José a força e a paciência para suportar abusos e sofrimentos por amor ao Evangelho. Onde quer que os meios materiais e humanos sejam escassos e nos façam experimentar a pobreza, especialmente quando somos chamados a servir os últimos, os indefesos, os órfãos, os doentes, os descartados da sociedade, rezemos a São José para que seja Providência para nós”, convidou.

No final do encontro público semanal, Francisco evocou o sacerdote da Ordem dos Clérigos Regulares Menores que foi assassinado no início do mês na República Democrática do Congo. “Que a morte do padre Richard, vítima de uma violência injustificável e deplorável, não desencoraje os seus familiares, a sua família religiosa e a comunidade cristã daquela nação de serem anunciadores e testemunhas de bondade e de fraternidade, não obstante as dificuldades, imitando o exemplo de Jesus, o Bom Pastor”, desejou.

 

2. O Papa Francisco espera que o próximo Dia dos Avós e dos Idosos ajude a mostrar o quanto os mais velhos “são um valor e um dom”, tanto para a sociedade como para a Igreja. ‘Dão fruto mesmo na velhice’ é o tema escolhido para a celebração que será assinalada, por toda a Igreja, no dia 24 de julho, anunciou esta terça-feira, 15 de fevereiro, o Vaticano. Segundo o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, trata-se de “um convite a reconsiderar e valorizar os avós e os idosos, tão frequentemente deixados às margens das famílias, das comunidades civis e eclesiais”. O texto lembra que “a experiência de vida e de fé” dos mais velhos pode contribuir “para construir sociedades conscientes das suas próprias raízes e capazes de sonhar um futuro mais solidário”, e considera que o convite a que se dê “ouvidos à sabedoria dos anos” é “particularmente significativo” no contexto do “caminho sinodal” que a Igreja está a fazer nesta altura.

Foi em 2021 que o Papa Francisco instituiu a celebração do Dia dos Avós e dos Idosos no quarto Domingo de julho, junto à festa de São Joaquim e Santa Ana (os avós de Jesus), que se assinala a 26 de julho.

 

3. Preocupado com a situação na Ucrânia, o Papa Francisco pediu aos responsáveis políticos um derradeiro esforço pela paz. No final do Angelus, no Domingo de manhã, 13 de fevereiro, na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco pediu a oração em silêncio. “As notícias que chegam da Ucrânia são muito preocupantes. Confio à interceção da Virgem a consciência dos responsáveis políticos para todos os esforços pela paz”, rezou.

Na sua alocução dominical, o Papa refletiu sobre o texto do Evangelho das bem-aventuranças, referindo que Jesus, “apesar de estar rodeado de uma grande multidão, proclama-as voltando-se para os discípulos”. “As bem-aventuranças definem a identidade dos discípulos de Jesus. Elas podem soar estranhas para quem não é discípulo”, afirmou. Sobre a primeira das bem-aventuranças – “ditosos os pobres” –, que é “a base” e todas as outras, Francisco sublinhou que “o discípulo de Jesus não encontra a sua alegria no dinheiro ou outros bens materiais, mas nos dons que recebe em cada dia de Deus: a vida, a criação, os irmãos e as irmãs”. Para o Papa, o discípulo partilha os bens que possui, “sabe que tem de aprender em cada dia”, é uma “pessoa humilde e aberta” e “sem preconceitos ou rigidez”. “Quem está demasiado apegado às sua próprias ideias e às suas seguranças, quase nunca segue realmente Jesus. Talvez O escute, mas não O segue”, advertiu.

 

4. O Papa quer que o próximo Ano Santo, que vai acontecer em 2025, com o lema ‘Peregrinos da Esperança’, favoreça “a recomposição de um clima de esperança e confiança, como sinal de um renovado renascimento”. Francisco alerta, no entanto, que tal só será possível “se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos”. Na carta que dirigiu ao presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, arcebispo D. Rino Fisichella, a quem cabe a preparação do Ano Santo, o Papa pede que não sejam esquecidos os mais vulneráveis, nomeadamente “os refugiados”.

 

5. A propósito do Dia Mundial do Doente (11 de fevereiro), o Papa enviou uma mensagem de vídeo para um webinar organizado pelo Vaticano, referindo que, em tempo de pandemia, aprendemos a olhar a doença como um “fenómeno global e não apenas individual”, convidando “a refletir sobre outros tipos de doenças que ameaçam a humanidade e o mundo”. “O individualismo e a indiferença aos outros são formas de egoísmo que infelizmente aumentam na sociedade consumista e do liberalismo económico. As consequentes desigualdades também se encontram no campo da saúde, onde alguns gozam da chamada excelência e muitos outros têm dificuldade de acesso aos cuidados básicos”, lamentou Francisco, defendendo que “para curar este vírus social, o antídoto é a cultura da fraternidade, fundada na consciência de que somos todos iguais como pessoas humanas, todos iguais”.

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