Missão |
Catarina António
Moldar o coração ao amor pelo próximo
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Catarina António nasceu a 19 de Dezembro de 1983, na aldeia da Fajarda, no concelho de Coruche, distrito de Santarém. O conhecimento na Juventude Hospitaleira e uma missão de voluntariado em Moçambique foram o ‘click’ para entender aquilo a que Deus a chamava.

 

Fez os estudos primários na Escola Primária da Fajarda, o 2º ciclo e o liceu na Escola Secundária de Coruche. Em 2001, ingressou na Universidade de Évora, no curso de Português / Inglês. Apesar de ter estado naquela universidade até 2006, Catarina António não concluiu este curso. “Recordo que no dia em que me matriculei ia cheia de entusiasmo, mas rapidamente a vida académica (e não o amor aos livros!) se sobrepôs a tudo o resto. Foi a primeira vez que saí de casa dos meus pais para viver a 90 km de distância. Foram anos de descoberta pessoal, de alguma rebeldia. Vivi muito, conheci muitas pessoas, fiz amigos para a vida e estudei apenas um pouco… Todas as disciplinas que eu me “dei ao trabalho” de ir aos exames, conclui… O problema era mesmo o IR!”, confessa-nos Catarina. O ponto de viragem de uma vida boémia para uma vida mais responsável não foi um momento isolado. Ao mesmo tempo que ingressou na Universidade de Évora, começou também a fazer voluntariado na Idanha e conheceu a Juventude Hospitaleira, foi deixando o seu coração ser moldado pelo amor ao próximo. Começou a rezar nessa altura e, em 2005, a ida a Moçambique em missão de voluntariado, foi o ‘click’ para entender o real valor da vida e aquilo a que Deus a chamava.

 

Mudança de Curso para Educação Social

Em 2006 tomou a decisão de mudar de curso, mudar de amigos e mudar de vida. A escolha do curso não foi difícil, porque queria algo que lhe permitisse servir, servir o irmão que sofre, contribuir para a melhoria da sociedade. E queria algo mais perto de casa. Esta escolha foi muito influenciada pelo seu percurso de Jovem Hospitaleira e de Voluntária na Casa de Saúde da Idanha. Em 2006 teve coragem, assumiu que não queria mais o curso em Évora, enfrentou a família (que investiu fortemente na sua formação) e pediu transferência. Ingressou no Instituto Politécnico de Santarém, na Escola Superior de Educação, no curso de Educação Social. “Foi a melhor decisão que tomei na vida! Fiquei responsável. Cresci. Amadureci. Empenhei-me mais no voluntariado. Faltei muito pouco às aulas. Concluí a licenciatura em Educação Social no ano de 2009, com todas as ‘cadeiras’ feitas à primeira! O meu último ano de curso foi muito exigente: eu estudava, fazia parte da equipa coordenadora do voluntariado da Casa de Saúde da Idanha, fazia os estágios curriculares e ainda fiz a formação para partir em missão para Timor-Leste, como Jovem Hospitaleira.”

 

Primeiros passos no Voluntariado, na Juventude Hospitaleira

Em 2001 fez o primeiro Campo de Férias Hospitaleiro, na Casa de Saúde da Idanha (Belas-Queluz). Foi sem saber para o que ia. No encontro com o doente mental, encontrou-se com as suas próprias fragilidades. “Não me apaixonei no primeiro dia, mas sim ao terceiro! E desde esse dia, não mais ‘larguei’ esse amor. Foram os melhores dez dias da minha vida. Na mesma atividade, inscrevi-me na Juventude Hospitaleira e comecei a viver os valores hospitaleiros no meu dia-a-dia. Sempre é fácil ser hospitaleiro dentro de uma casa de saúde, junto das Irmãs, dos colaboradores e das doentes, o desafio é trazer tudo isso cá para fora, para o nosso dia-a-dia! Reaprendi o valor da oração e voltei a encontrar-me com Deus! Tenho ainda hoje gravadas no meu coração muitas das partilhas de oração desses primeiros dias (e de muitos que se seguiram).”

 

Missão em Moçambique e em Timor-Leste

Em 2005 recebeu um convite de uma amiga, que já havia pertencido à Juventude Hospitaleira, para fazer uma experiência de missão com uma outra congregação em Moçambique. Mesmo sem conhecer a congregação nem o projeto, respondeu que sim. Partiu então durante 35 dias com as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria para a Beira (Moçambique) e aí sim, considera que Deus a levou ao deserto para lhe falar ao coração: “Foi lá que percebi aquilo que Deus me chamava a viver: a missão. Voltei decidida a formar-me profissionalmente para melhor poder servir”, conta-nos Catarina com entusiamo.

No dia 11 de Outubro de 2009, após um ano de formação, partiu para Timor-Leste como voluntária com a Juventude Hospitaleira por um ano, mas acabou por ficar dois anos, para colaborar na missão dos Irmãos de S. João de Deus em Laclubar, bem no meio das montanhas. Viveu sem água, sem eletricidade, sem telefone, sem internet, com uma alimentação básica já que sem eletricidade era difícil conservar grande parte dos alimentos e, por isso, grande parte da alimentação era feita à base de arroz e enlatados. “Foi um desafio, um desprendimento total e absoluto. A primeira vez que visitei uma comunidade nas montanhas mais profundas, caminhei 7 horas para cada lado e recordo que pensava que tinha mesmo de ser Deus que nos movia, porque a minha limitação humana nunca me permitiria ter tanta força como estava a ter. Primava a imaginação e adaptação e de tantas coisas que ali me marcaram recordo uma frase de um calendário que levávamos sempre connosco: ‘Faz o que podes, com o que tens, onde estiveres!’, fiz e faço desta frase o lema da minha vida.”

texto por Vanessa Furtado, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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