O Papa pediu o fim da “violência fratricida” na Ucrânia. Na semana em que reconheceu o martírio do Arcebispo salvadorenho D. Romero, o Papa celebrou com os consagrados e anunciou nova visita internacional. O Dia Mundial do Doente é celebrado esta semana.

1. O Papa Francisco lembrou as vítimas do conflito na Ucrânia e afirmou que o diálogo é a única forma de alcançar a paz. “Infelizmente a situação está a piorar e as posições dos dois lados radicalizam-se. Rezemos sobretudo pelas vítimas, entre as quais muitos civis, e pelas suas famílias. Peçamos ao Senhor que cesse rapidamente esta horrível violência fratricida", declarou esta quarta-feira, dia 4 de fevereiro, na Sala Paulo VI, durante a audiência pública semanal. "Renovo o urgente apelo para que se façam todos os esforços – também a nível internacional – para retomar o diálogo, único caminho possível para trazer de volta a paz e a concórdia naquela terra martirizada", prosseguiu. Francisco reforçou no Vaticano os seus apelos pelo fim da violência. "Rezemos todos, porque a oração é o nosso protesto diante de Deus em tempo de guerra! Quando ouço as palavras 'vitória' ou 'derrota' sinto uma grande dor, uma grande tristeza no coração. Não são palavras corretas, a única palavra adequada é 'paz'. Esta é a única palavra certa", garantiu.

O leste da Ucrânia tem sido palco dos piores combates entre forças governamentais e separatistas pró-russos desde a assinatura de um cessar-fogo, há cinco meses. Segundo as Nações Unidas, mais de 5.300 pessoas morreram por causa do conflito no leste ucraniano.

2. O antigo Arcebispo de San Salvador, D. Oscar Romero, assassinado a 24 de março de 1980 enquanto celebrava a Eucaristia, será proximamente elevado à honra dos altares. Na terça-feira, dia 3, o Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato, e autorizou a promulgação do decreto relacionado ao martírio de D. Romero. Recorde-se que nos três anos em que serviu as comunidades católicas da capital de El Salvador, o Arcebispo Romero denunciou a repressão do regime militar e da violência praticada pelos esquadrões da morte.

Também neste dia, o Vaticano apresentou, em conferência de imprensa, o Dia Internacional de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, com o lema ‘Acende uma luz contra o tráfico de pessoas’. Esta jornada internacional terá lugar neste Domingo, 8 de fevereiro, dia da festa litúrgica de Santa Josefina Bakhita, uma antiga escrava sudanesa que abraçou a vida consagrada após ter sido libertada e que foi canonizada no ano 2000 pelo Papa João Paulo II.

3. O Papa advertiu os consagrados para que conduzam os outros a Jesus, mas deixem-se também eles conduzir por Cristo. “Jesus fez a nossa mesma estrada para indicar-nos o caminho novo, ou seja, o caminho novo e vivo, que é Ele mesmo. E para nós, consagrados, este é o único caminho que, concretamente e sem alternativas, devemos percorrer com alegria e esperança”, exortou o Papa Francisco, na homilia da Missa com os consagrados, celebrada na tarde de segunda-feira, dia 2 de fevereiro, na Basílica de São Pedro. “Para um religioso, progredir significa abaixar-se no serviço, isto é, fazer o mesmo caminho de Jesus, que não considera um privilégio ser igual a Deus. Abaixar-se fazendo-se servo para servir”, lembrou o Papa.

4. O Papa Francisco anunciou, no passado Domingo, dia 1, depois da oração do Angelus, que vai visitar a Bósnia Herzegovina no próximo mês de junho. Segundo o Papa, esta visita tem como objetivo apoiar a comunidade católica local e fomentar a fraternidade. “Quero anunciar que no sábado, dia 6 de junho, se Deus quiser, irei a Sarajevo, capital da Bósnia Herzegovina”, revelou o Papa. “Peço-vos que rezem para que a minha visita àquela população seja de encorajamento para os fiéis católicos e sirva de fermento de bem, contribuindo para a consolidação da fraternidade e da paz, do diálogo inter-religioso e da amizade”.

Esta será a quarta visita do Papa a um país europeu, fora de Itália e, curiosamente, a terceira a um país de maioria muçulmana. Em 2014 o Papa visitou a Albânia e a Turquia. A única visita a uma região de tradicionalmente cristã, fora de Itália, foi a Estrasburgo, onde Francisco discursou diante das instituições europeias.

No final, após as saudações aos grupos de peregrinos presentes, Francisco recordou que aquele Domingo era o Dia da Vida, em Itália: “Renovo o meu apreço pelas associações, movimentos e todos os que defendem a vida humana. Uno-me aos bispos italianos que pedem uma renovação do reconhecimento da pessoa humana e um cuidado adequado pela vida, desde a conceção à morte natural. Quando nos abrimos para a vida, experimentamos a força revolucionária do amor e da ternura, inaugurando um novo humanismo, o humanismo da solidariedade”.

5. A Igreja assinala esta quarta-feira, dia 11 de fevereiro, o Dia Mundial do Doente. A mensagem do Papa Francisco para esta jornada, com o tema ‘Sabedoria do Coração’, critica a “grande mentira” por detrás de alguns conceitos de “qualidade de vida”. “Que grande mentira se esconde por trás de certas expressões que insistem muito sobre a qualidade de vida, para fazer crer que as vidas gravemente afetadas pela doença não mereciam ser vividas”, lembrou.

No texto, Francisco elogia quem se dedica aos doentes de forma incondicional e, nesse sentido, afirma que a “sabedoria do coração é sair de si ao encontro do irmão”, ser solidário com ele, sem o julgar. O Santo Padre refere ainda que este serviço de apoio aos doentes, “especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! Em tais momentos, pode-se contar de modo particular com a proximidade do Senhor, sendo também de especial apoio à missão da Igreja”. Francisco realça ainda o valor deste acompanhamento que faz com que os doentes se sintam mais amados e confortados.