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Papa Francisco visita memorial dedicado às vítimas do genocídio arménio
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O Papa Francisco visita por estes dias, de 24 a 26 de junho, a Arménia. Antes, apelou ao acolhimento dos refugiados, conheceu uma residência universitária para estudantes desfavorecidos, visitou sacerdotes idosos e encontrou-se com artistas de circo e feirantes.

 

1. O Papa Francisco visita este sábado, 25 de junho, o memorial dedicado às vítimas do ‘Metz Yeghern’, o genocídio arménio, em Erevan, na capital da Arménia. Na visita, que decorre entre esta sexta-feira, dia 24, e Domingo, a passagem pelo memorial de Tsitsernakaberd, construído em 1967, é um dos pontos centrais da visita do Papa argentino, que já em abril de 2015 tinha celebrado uma Missa pelo centenário do ‘martírio’ (Metz Yeghern) arménio. Entre os anos de 1915 e 1916 centenas de milhares de arménios e outras minorias cristãs foram perseguidas pelo Império Otomano, mas a Turquia recusa as acusações de “genocídio” e não admite o número de vítimas que tem sido relatado. Na apresentação do programa da visita papal, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Lombardi, referiu aos jornalistas que o Vaticano não quer promover uma discussão histórica ou política entre os dois países. “Há um massacre injusto de pessoas, que nós reconhecemos como mártires”, sublinhou. Na conferência de imprensa foi precisado que a expressão ‘Metz Yeghern’ é “ainda mais forte” do que a palavra “genocídio”, em arménio, significando uma “grande carnificina” que visa eliminar toda a presença de um povo. O Papa Francisco vai colocar uma coroa de flores no memorial de Tsitsernakaberd e encontrar-se com crianças, que vão apresentar memórias do que aconteceu há 100 anos, antes de uma oração. Francisco saúda depois uma dezena de descendentes de “arménios perseguidos” que foram acolhidos em Roma pelo Papa Bento XV, “um dos poucos apoiantes explícitos do povo arménio” na sua época, adiantou o porta-voz do Vaticano.

 

2. O Papa fez-se acompanhar, na audiência-geral de quarta-feira, dia 22 de junho, por um grupo de refugiados acolhido pela Cáritas de Florença, em Itália. “Hoje acompanham-me estes rapazes. Muitos pensam que seria melhor que tivessem ficado na sua terra, mas ali sofriam tanto. São os nossos refugiados, mas muitos consideram-nos como excluídos. Por favor, são os nossos irmãos. O cristão não exclui ninguém, dá lugar a todos, deixa vir todos”, lembrou Francisco. Os 13 refugiados de origem africana foram ao encontro do Papa no final do percurso do papamóvel pela Praça de São Pedro, no Vaticano, caminhando depois com o pontífice, para sentar-se diante da cadeira de onde Francisco apresentou a sua tradicional catequese semanal.

Já no Domingo, na oração do Angelus, o Papa lembrou o Dia Mundial do Refugiado, que se assinalava no dia seguinte, 20 de junho. “O tema deste ano é ‘Com os refugiados. Nós estamos ao lado dos que são forçados a fugir’. Os refugiados são pessoas como todas as outras, mas para quem a guerra tem tirado casa, trabalho, parentes, amigos. As suas histórias e seus rostos chamam-nos a renovar o nosso compromisso de construir a paz na justiça. Então, nós queremos estar com eles: encontra-los, acolhe-los, escutá-los, para juntos, nos tornamos artesãos da paz, de acordo com a vontade de Deus”, lembrou o Papa, que se tem mostrado sensível à crise de refugiados na Europa, tendo chegado a qualificá-la como a “pior catástrofe humanitária desde a II Guerra Mundial”.

 

3. O Papa visitou, no passado sábado, 18 de junho, a residência universitária Villa Nazareth, um projeto que acolhe gratuitamente jovens que sem este apoio não conseguiriam concluir os seus estudos. Francisco emocionou-se com a história da obra fundada a 18 de junho de 1946, pelo cardeal Domenico Tardini, secretário de Estado do então Papa João XXIII, na sequência das consequências humanas e sociais da II Guerra Mundial. Para o Papa argentino, o papel desta instituição define bem a noção de “próximo”, de “compaixão”, de “acolhimento” aos mais desprotegidos, carenciados, preconizada pela doutrina católica. Recordando a passagem do Bom Samaritano, Francisco frisou que “o testemunho cristão é assim, só é efetivo através das obras, de atos concretos”. “Esta casa da Villa Nazareth é uma obra onde se privilegia esse testemunho, aqui trabalha-se não para sobressair ou para passar o tempo mas para seguir o caminho de Jesus. Que esta obra continue a ser uma casa de testemunho”, convidou.

 

4. Na tarde de sexta-feira, 17 de junho, o Papa Francisco prosseguiu a iniciativa jubilar ‘Sexta-feira da misericórdia’, visitando sacerdotes idosos e enfermos. Precisamente no mês em que celebrou o Jubileu dos Sacerdotes, o Papa quis expressar a sua proximidade e atenção também àqueles sacerdotes que não puderam participar fisicamente nas celebrações jubilares. O Santo Padre escolheu não uma, mas duas comunidades que acolhem sacerdotes idosos e doentes. A primeira comunidade visitada foi a Monte Tabor, onde residem oito sacerdotes com diversos tipos de problemas, provenientes de diferentes dioceses. O Papa encontrou-se com os sacerdotes na pequena capela da comunidade, ouvindo-os e rezando com eles. Depois, visitou a Casa São Caetano, que acolhe os sacerdotes idosos da Diocese de Roma. Atualmente, 21 sacerdotes idosos, alguns deles muito doentes, são assistidos por três religiosas.

 

5. O Vaticano acolheu um encontro de artistas de circo, saltimbancos e feirantes, integrado no Jubileu da Misericórdia. Palhaços, robertos, músicos e acrobatas – alguns com incríveis piruetas, uns com vestidos brilhantes e outros de fato e gravata – exibiram-se, dia 16, diante de um Papa Francisco sorridente. Mas a grande emoção foi quando entrou um tigre a beber por um biberão e o Papa foi convidado a fazer-lhe festinhas. Os artistas não abandonaram o Vaticano sem antes ouvir de Francisco palavras de gratidão e incentivo. “O espetáculo itinerante e popular é a forma mais antiga de entretenimento, está ao alcance de todos e é dirigido a todos, pequenos e grandes, especialmente às famílias. Divulga a cultura do encontro e a sociabilidade através da diversão. Os vossos espaços de trabalho podem tornar-se lugares de agregação e de fraternidade. Por isso, encorajo-vos a acolherem sempre os mais pequenos e necessitados e a oferecerem palavras e gestos de consolação aos que se fecham em si”, referiu Francisco, terminando com uma brincadeira: “Até podem assustar o Papa, convidando-o a acariciar um tigre”.

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