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Roma
“Pedir desculpa” para receber “a compreensão e o perdão dos outros”
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O Papa Francisco destacou a importância de se reconhecer como pecador. Na semana em que pediu uma Igreja “humilde”, o Papa lamentou as “oportunidades desperdiçadas” na promoção da paz e lembrou os refugiados. Vaticano deu a conhecer missionários assassinados em 2017.

 

1. Na primeira audiência-geral de 2018, o Papa Francisco prosseguiu o ciclo de catequeses sobre a Missa, falando do ato penitencial e da importância de se reconhecer como pecador. “Nos Ritos de Introdução à Missa, que nos dispõem para a celebrar dignamente, aparece o Ato Penitencial. É uma fórmula de confissão geral pronunciada na primeira pessoa do singular: «Confesso a Deus Todo-Poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras, atos e omissões…». Sim! Também pequei por omissões, quando deixei de fazer o bem que poderia ter feito. Tantas vezes acontece sentirmo-nos bons, porque não fizemos mal a ninguém. Mas não basta não fazer mal ao próximo; temos de optar por fazer bem, dando sempre testemunho de que somos discípulos de Cristo. Escutar em silêncio a voz da consciência, permite-nos reconhecer como os nossos pensamentos estão longe do pensar de Deus, como as nossas ações estão em contradição com o Evangelho. E, acompanhamos as palavras da «Confissão», com o gesto de bater a mão no meu peito, reconhecendo que pequei por culpa minha, e não dos outros. O ato penitencial termina com a absolvição do sacerdote que invoca a Deus – para ele próprio e toda a assembleia – pedindo que Ele «tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna». Esta absolvição, porém, não tem o mesmo valor do sacramento da Penitência. De facto, há pecados graves – ditos também mortais, porque fazem morrer em nós a vida divina – os quais, para serem perdoados, precisam da Confissão e absolvição sacramental. Quem reconhece as suas próprias misérias – como o publicano, no templo – e baixa os olhos com humildade, sente pousar sobre si o olhar misericordioso de Deus. Sabemos por experiência que só a pessoa que sabe reconhecer os seus erros e pedir desculpa é que recebe a compreensão e o perdão dos outros”, lembrou o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, dia 3 de janeiro, na Sala Paulo VI.

 

2. Ao assinalar o 51.º Dia Mundial da Paz, a 1 de janeiro, o Papa apelou à solidariedade com migrantes e refugiados “Que o Senhor nos permita trabalhar neste ano novo com generosidade, para realizar um mundo mais solidário e acolhedor. Convido-vos a rezar por esta intenção, enquanto, juntamente convosco, confio a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, o 2018 agora começado”, salientou Francisco, na primeira recitação do Angelus, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. O Papa escolheu como tema para o 51º Dia Mundial da Paz ‘Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz’. “Desejo, mais uma vez, fazer-me porta-voz destes nossos irmãos e irmãs que invocam para o seu futuro um horizonte de paz. Não apaguemos a esperança no seu coração, não sufoquemos as suas expectativas de paz. É importante que, da parte de todos, instituições civis, educativas, assistenciais e eclesiais, haja o empenho de assegurar aos refugiados, aos migrantes, a todos, um futuro de paz”, desejou o Papa, após ter celebrado a Missa na Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, na Basílica de São Pedro: “Temos hoje diante de nós o ponto de partida: a Mãe de Deus. Pois Maria é como Deus nos quer, como quer a sua Igreja: Mãe terna, humilde, pobre de coisas e rica de amor, livre do pecado, unida a Jesus, que guarda Deus no coração e o próximo na vida. Para recomeçar, ponhamos os olhos na Mãe. No seu coração, bate o coração da Igreja. Para avançar – diz-nos a festa de hoje –, é preciso recuar: recomeçar do presépio, da Mãe que tem Deus nos braços”.

 

3. O Papa Francisco lamentou a forma como o ser humano desperdiça e fere a obra de Deus com “mentiras e injustiças” e apontou as guerras como “sinal flagrante deste orgulho recorrente e absurdo”. Perante centenas de fiéis, reunidos na Basílica de São Pedro para a última ação de graças do ano, na tarde do dia 31 de janeiro, o Papa lamentou o que classifica como oportunidades desperdiçadas pela Humanidade, em particular na promoção da paz, da igualdade e da dignidade do próximo. “Nesta altura do ano de 2017, que Deus nos deu inteiro e saudável, nós, seres humanos, de muitas maneiras desperdiçámos e ferimos com obras da morte, com mentiras e injustiças. As guerras são o sinal flagrante deste orgulho recorrente e absurdo”, recordou Francisco, lembrando, também, “todas as pequenas e grandes ofensas à vida, à verdade” e à fraternidade que causam “múltiplas formas de degradação humana social e ambiental”.

 

4. O Papa voltou a defender “a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras mutuamente concordadas e internacionalmente reconhecidas” em Jerusalém. Na bênção ‘Urbi et Orbi’, no Vaticano, no dia de natal, a 25 de dezembro, Francisco disse aguardar que “o Senhor sustente também os esforços de quantos, na comunidade internacional, se sentem animados pela boa vontade de ajudar aquela martirizada terra a encontrar – não obstante os graves obstáculos – a concórdia, a justiça e a segurança por que há muito aguarda”.

Na mensagem de Natal, onde chamou a atenção para a situação na Síria e na península coreana, o Papa voltou a falar dos refugiados, tal como havia feito na Missa do Galo, na véspera de Natal, a 24 de dezembro, onde lembrou o drama dos refugiados, partindo do exemplo da jornada de Maria e José, quando chegaram a uma nova terra para o nascimento de Jesus, para falar da “luta pela sobrevivência” de “todos aqueles que são obrigados a fugir das suas terras”.

 

5. A agência Fides, do Vaticano, revelou feira que 23 agentes pastorais da Igreja Católica foram assassinados em 2017, um número marginalmente inferior ao de 2016 (28 pessoas). Os casos referem-se às mortes de 13 sacerdotes, um religioso, uma religiosa e oito leigos. O relatório anual observa que estes números são “a ponta do icebergue” em relação à perseguição contra agentes pastorais e estruturas católicas no mundo.

Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão
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