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“Não esqueçamos a grande oração do Pai Nosso”
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O Papa falou da “grande oração, a que Jesus nos ensinou”. Na semana em que Francisco assinalou cinco anos de pontificado, o Papa emérito Bento XVI lamentou “preconceitos tontos” e Francisco mostrou-se exasperado com a situação na Síria. O Vaticano anunciou que o Papa vai visitar quatro países.

 

1. O Papa Francisco convidou os cristãos a rezarem regularmente a “grande” oração do Pai Nosso. “Não esqueçamos a grande oração, a que Jesus nos ensinou, a oração com que Ele rezava ao Pai”, pediu, durante na audiência-geral de quarta-feira, 14 de março, que decorreu na Praça de São Pedro. Francisco observou que esta “não é uma das muitas orações cristãs”, insistindo que se está diante da “grande oração, foi Jesus que a ensinou, o Pai Nosso”. “É muito bonito rezar como Jesus”, reforçou.

O Papa resumiu ainda esta oração: “Os ritos da comunhão, na Missa, começam com a oração do Pai Nosso. Trata-se da oração dos filhos de Deus que, renascidos pela água e pelo Espírito no Batismo, podem dirigir-se a Deus chamando-O ‘Pai’. A Ele pedimos o pão de cada incluindo o pão eucarístico que estamos nos preparando para receber. Pedimos também que nos perdoe as ofensas, comprometendo-nos a perdoar àqueles que nos ofenderam, abrindo-nos assim ao amor fraterno. Por fim, suplicamos que nos livre do mal, ou seja, daquilo que nos separa de Deus e dos irmãos. Após o Pai Nosso, o sacerdote invoca de Cristo o dom da paz manifestado em seguida no gesto da paz, sinal do amor fraterno daqueles que formam um só corpo em Cristo. Por fim a fração do pão, que repete o gesto de Jesus na Última Ceia e é acompanhada pela invocação do ‘Cordeiro de Deus’, nos predispõe à participação do banquete eucarístico, convidando-nos a suplicar que Ele tenha piedade de nós e nos dê a paz”.

 

2. “O Papa Francisco é alegria”. É desta forma que o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, define a principal característica dos cinco anos de pontificado do Papa Francisco. “Eu diria que a característica fundamental deste pontificado é justamente a alegria, que nasce do facto de saber-se amado pelo Senhor”, referiu o cardeal italiano, em entrevista ao Vatican News, lembrando que os mais importantes documentos de Francisco, como ‘Evangelii Gaudium’, ‘Amoris Laetitia’ e ‘Laudato Sí’, evocam sempre a alegria.

“Outra diretriz do pontificado de Francisco é a misericórdia; o amor pessoal e total que Deus tem por cada uma de suas criaturas e, por outro lado, a alegria de comunicar aos outros a Boa Nova do Evangelho. O facto de anunciar e levar aos outros o anúncio da salvação de Jesus torna-se fonte de alegria para quem o recebe, mas também para quem a anuncia. É uma alegria comum. A terceira linha, portanto, parece-me ser a evangelização: a Igreja em saída que leva o Evangelho a todas as criaturas”, prosseguiu o cardeal Parolin, desejando: “Faço votos que o Senhor lhe dê vida, saúde, força e coragem para continuar a liderar a Igreja”.

 

3. O Papa emérito, Bento XVI, lamentou os “preconceitos tontos” que existem quanto a uma alegada falta de profundidade teológica entre ele e o atual Papa, Francisco. Numa carta enviada ao padre Dario Viganò, prefeito da Secretaria para as Comunicações do Vaticano, Bento XVI mostra-se, pelo contrário, muito contente por ver que existe continuidade entre os dois pontificados. A carta foi enviada por ocasião da publicação de uma série de 11 livros, de 11 autores diferentes, sobre a teologia de Francisco. A coleção é editada por Roberto Repole, presidente da Associação Teológica Italiana. “Aplaudo esta iniciativa”, escreveu Bento XVI, porque “contradiz os preconceitos tontos daqueles que acham que falta ao Papa Francisco uma particular formação teológica e filosófica, enquanto eu teria sido apenas um teórico da teologia, com pouca compreensão da vida concreta das vidas dos cristãos hoje”. Esta coleção, diz o Papa emérito, “demonstra cabalmente que o Papa Francisco é um homem com uma profunda formação filosófica e teológica e demonstra a continuidade interna entre os dois pontificados, não obstante todas as diferenças de estilo e de temperamento”.

A coleção de 11 livros foi publicada em italiano, mas, segundo a editora do Vaticano, já existem contratos para publicação em inglês, espanhol, francês, português, polaco e romeno.

 

4. O Papa Francisco mostrou-se exasperado com a continuação do sofrimento e da tragédia na Síria, perguntando como é que é possível o mundo continuar a apostar na lógica “absurda” da guerra, depois das tragédias do século XX. No passado Domingo, 11 de março, num discurso por ocasião do 50º aniversário da fundação da Comunidade de Santo Egídio, que se dedica de forma especial à construção de paz e resolução de conflitos, o Papa falou da guerra na Síria, que decorre há sete anos e já destruiu grande parte do país. “O futuro do mundo é incerto. Vejam só quantos conflitos abertos existem! Eu sei que vocês rezam e trabalham pela paz”, disse o Papa. “Pensemos nas tristezas do povo sírio, cujos refugiados têm sido acolhidos na Europa através dos ‘corredores humanitários’. Como é possível, depois das tragédias do século XX, continuarmos com esta lógica absurda?”, questionou.

Perante esta e outras tragédias, a fé traz esperança, insiste o Papa. “Mas o Verbo de Deus é luz na escuridão, alimenta a esperança pela paz; ajuda a não termos medo, mesmo diante da força do mal”, salientou, agradecendo à Comunidade de Santo Egídio por ter organizado “corredores humanitários” que já permitiram resgatar várias pessoas da Síria.

Neste dia, de manhã, durante a oração do Angelus, o Papa tinha convidado os fiéis a reconhecerem as suas próprias fragilidades sem, contudo, se deixarem levar pela angústia ou pelo medo. “Quando temos a coragem de reconhecer-nos por aquilo que somos, percebemos que somos pessoas chamadas a prestar contas das nossas fragilidades e dos nossos limites”, observou Francisco, acrescentando: “O cristianismo não oferece uma consolação fácil, não é um mero atalho, mas requer fé e uma vida moral sã, que recuse o mal, o egoísmo e a corrupção”.

 

5. Entre os dias 22 e 25 de setembro, o Papa Francisco vai visitar a Lituânia, a Letónia e a Estónia. De acordo com o comunicado da Santa Sé, Francisco vai visitar as cidades de Vilnius e Kaunas, na Lituânia; Riga e Aglona, na Letónia; e Tallin, na Estónia. O Vaticano confirmou ainda que o Papa vai fazer uma visita de um dia à Suíça, a 21 de junho.

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