14.10.2018
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“A única medida autêntica da vida é o amor”

O Papa Francisco fez a defesa da vida. Na semana em que o Vaticano anunciou uma Missa pela Paz na península coreana, o Papa reiterou o pedido especial de oração contra os males da Igreja, falou sobre os “dolorosos fracassos conjugais” e enviou uma ajuda financeira para a Indonésia.
1. O Papa refletiu sobre o quinto mandamento da Lei de Deus, ‘Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo)’, que é “como uma muralha em defesa do valor basilar nas relações humanas: o valor da vida”. “De facto, lido em sentido positivo, exprime que Deus é «amante da vida». Devemos dizer a todos os homens e mulheres da terra: Não desprezeis a vida; a vida própria e a alheia! Tu és uma obra de Deus! Só Deus é o Senhor da vida, desde o início até ao seu termo natural. Ninguém, em nenhuma circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente. Ninguém meça a vida segundo os enganos deste mundo; chega-se a consentir legalmente a supressão da vida humana no ventre materno em nome da salvaguarda de outros direitos! Mas, como pode ser terapêutico, civil ou simplesmente humano um ato que suprime a vida inocente e indefesa no seu desabrochar? Aquele ou aquela que se apresenta como um problema, na realidade é um dom de Deus que me pode tirar fora do egocentrismo e fazer-me crescer no amor. A vida vulnerável indica-nos a via de saída, o caminho para nos salvarmos duma existência fechada em nós próprios e descobrirmos a alegria do amor. O segredo da vida é-nos desvendado pelo modo como a tratou o Filho de Deus: Ele fez-Se homem indo até ao ponto de assumir, na cruz, a rejeição, a fraqueza, a pobreza e a sofrimento. Em cada criança doente, em cada idoso fragilizado, em cada migrante desesperado, em cada vida frágil e ameaçada, está Cristo procurando o nosso coração para nos revelar a alegria do amor. A única medida autêntica da vida é o amor, o amor com que Deus a ama. Não se pode desprezar o que Deus tanto amou!”, lembrou o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 10 de outubro, na Praça de São Pedro, no Vaticano. 2.A Santa Sé anunciou, no passado dia 9, uma Missa pela Paz na península coreana, no próximo dia 17 de outubro. A Eucaristia, na Basílica de São Pedro, vai ser presidida pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Parolin, e decorre precisamente na véspera de uma audiência do Papa com o presidente da Coreia do Sul, que vai fazer chegar a Francisco um convite de Kim Jong-un para visitar a Coreia do Norte, em 2019. Da parte das coreias, foram feitos dois comunicados sobre este convite. Do lado de Seul, o porta voz do presidente Moon informa que o líder da Coreia do Norte se reuniu com o arcebispo Kim Hee-Jong, presidente da Conferência Episcopal Coreana, o que leva a concluir que os bispos da região já conhecem o convite que vai chegar às mãos do Papa no próximo dia 18. Do lado de Pyongyang, o porta-voz para o Ocidente declarou que o convite tem no horizonte o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé e a assinatura de um acordo de paz. A Coreia do Norte sugere mesmo que a passagem do Papa por Pyongyang possa ser incluída na possível visita ao Japão em 2019, já referida pelo próprio Francisco numa recente audiência a um grupo de japoneses. 3. Numa edição especial de ‘O Vídeo do Papa’, Francisco reiterou o pedido feito no final de setembro a todos os fiéis: que, em outubro, rezem o terço todos os dias, para que a Virgem Maria proteja a Igreja nestes tempos de crise, e a São Miguel Arcanjo, para que a defenda dos ataques do diabo. O vídeo, lançado esta semana pela Rede Mundial de Oração do Papa, representa um reforço na campanha #PrayForTheChurch. “O diabo apresenta-se poderosamente, traz-te presentes. Mas tu não sabes o que têm dentro. A todos renovo o convite para que rezem o terço todos os dias do mês de outubro, terminando com a antífona ‘À vossa proteção’, e a oração a São Miguel Arcanjo, para repelir os ataques do diabo, que quer dividir a Igreja”, refere o Papa, no novo vídeo (www.thepopevideo.org). 4. O Papa Francisco considera que a Igreja tem de olhar para os fracassos conjugais com “caridade” e “misericórdia”, rejeitando quem os condena imediatamente. “Diante de tantos dolorosos fracassos conjugais, a Igreja sente-se chamada a fomentar uma presença de caridade e de misericórdia, para levar de volta a Deus os corações feridos e perdidos. O modo de agir do próprio Deus com o seu povo infiel, isto é, connosco, ensina-nos que o amor ferido pode ser curado por Deus através da misericórdia e do perdão. Portanto, à Igreja, nestas situações, não é chamada só e imediatamente a condenar”, observou o Papa, na oração do Angelus, no passado Domingo, 7 de outubro, na Praça de São Pedro. Francisco lembrou ainda que a Igreja não se cansa de “confirmar a beleza da família”, como é proposta na Sagrada Escritura e na tradição, e, na atualidade, “esforça-se por fazer expressar a sua proximidade materna a quantos vivem a experiência de relacionamentos quebrados ou mantidos com sofrimento e cansaço”. 5. O Papa Francisco enviou 100 mil dólares para o resgate das populações afetadas pelos “terramotos violentos” e o tsunami que devastaram várias áreas da Indonésia, na semana passada. “Esta quantia quer ser uma expressão imediata do sentimento de proximidade espiritual e de encorajamento paternal do Santo Padre para com os povos e territórios afetados e será partilhado, em colaboração com a Nunciatura Apostólica, entre as áreas mais afetadas pela catástrofe”, refere um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. O comunicado realça que esta contribuição do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral faz parte da ajuda que está a ser desenvolvida por toda a Igreja Católica e que, além de várias Conferências Episcopais, mobiliza diversas organizações de caridade.Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão
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