Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Escuteiro católico é cristão em primeiro lugar
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Na passada semana, tivemos a alegre notícia da nomeação do cónego Américo Aguiar, sacerdote da Diocese do Porto, com presença em Lisboa há algum tempo – pelas responsabilidades que tem assumido no Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e no Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia – como Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa. Conheço o bispo eleito D. Américo Aguiar, desde há alguns anos, quando este era secretário de D. Armindo Lopes Coelho, e serviu de intermediário para uma entrevista que realizei ao então Bispo do Porto. Anos depois, a missão da comunicação aproximou-nos e tem-nos feito caminhar em conjunto partilhando, também, preocupações com uma pastoral da comunicação e o modo da Igreja ser comunicação e se comunicar.

Em entrevista dada a este Jornal VOZ DA VERDADE e publicada esta semana, o novo Bispo Auxiliar revela que o escutismo faz parte da sua vida e que por causa deste movimento juvenil, que congrega milhares de jovens em todo o país, com muita resistência, teve de tomar uma “decisão drástica na sua vida”: tinha de ir para a catequese. Conta-nos que depois de ter frequentado a catequese, afastou-se e aos 14 anos, por causa do escutismo, regressou. “Se queria ir para os escuteiros, tinha que ir para a catequese. E assim foi, e olhe o que deu!”, graceja.

A catequese faz parte da formação cristã de qualquer criança ou adolescente, e até de qualquer adulto, porque durante toda a vida precisamos de nos ir formando, e a nossa vida cristã está em permanente formação. Não pensemos que já sabemos tudo! Há muito por conhecer, crescer, amadurecer. Mas, voltando aos escuteiros, vou percebendo que são muitos os que vivem com muita dedicação a sua vida escutista. Empenham-se ao máximo nas atividades, dão a vida pelo movimento, sejam mais novos ou mais velhos, porque o movimento tem um fascínio que atrai. Mas, no escutismo católico, a atividade não substitui a catequese. A Eucaristia não deve ser uma obrigação no fim da atividade semanal escutista, mas o alimento necessário para que a atividade tenha sentido.  A espiritualidade de vida cristã não será uma imposição, mas a oportunidade de me encontrar com aquele que sou chamado a viver e a anunciar pelos meus gestos. Porque posso fazer muitas ações de serviço, muitas missões, voluntariado, muitas atividades escutistas; posso até ser padre e ter muitas missões no ministério, mas se não estou imbuído da espiritualidade de Cristo na minha vida e não vivo essa espiritualidade de Cristo, encarnada em mim, darei apenas o vazio. Por isso, o escutismo não é e não substitui a catequese. Não é um ATL onde os pais deixam, por umas horas, os seus filhos; não é um lugar onde se preparam carreiras profissionais ou outras; não é um lugar de destaque ou de poder, porque uso uma farda ou tenho em quem mandar...

A formação cristã, a catequese durante toda a vida, a vida espiritual vivida com seriedade e alimentada com desejo pela oração e pelos sacramentos deve ser a base de todo o cristão, e o escuteiro católico é cristão em primeiro lugar.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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