Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Testemunho de fé

As palavras passaram praticamente despercebidas e foram, no geral, ignoradas. Os media estavam mais preocupados em saber se a rainha Isabel II abdicava ou não do trono, como as notícias que tinham corrido o mundo nas semanas anteriores davam como certo. Como tal não aconteceu, sublinharam o seu apelo à reconciliação, entre os povos e entre os próprios súbditos.

A reconciliação foi, efectivamente, o grande tema da mensagem de Natal da rainha, susceptível de uma interpretação com alguns contornos políticos.

Talvez por isso, no dia seguinte, numa leitura das notícias dos principais meios de comunicação (ingleses ou outros) não eram, sequer, referidas as palavras que Isabel II pronunciou no final da sua mensagem de Natal. E, no entanto, a rainha de Inglaterra não hesitou em dizer: “Para mim, a vida de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, cujo nascimento hoje celebramos, é uma inspiração e uma âncora para a minha vida. Como modelo de reconciliação e perdão, Ele abriu as mãos numa atitude de amor, aceitação e cura. O exemplo de Cristo ensinou-me a procurar respeitar e dar valor a todos, crentes ou não”.

Nos tempos que correm, é muito raro escutar testemunhos de fé desta natureza. Os políticos e Chefes de Estado, mesmo que cristãos, têm habitualmente vergonha de mostrar que são crentes, seja para não ferir susceptibilidades, seja porque pensam que assim ganham mais votos, seja para poderem agir de acordo com o “politicamente correcto”.

A rainha de Inglaterra não teve esses pruridos. Ainda que seja conhecida de todos a sua participação em actos litúrgicos públicos ou noutros privados, Isabel II confessou em plena mensagem de Natal, a fé em Cristo como realidade importante para a sua vida. E, deste modo, deu também sentido às festas natalícias.

Não está aqui em causa qualquer juízo sobre a vida de fé da rainha de Inglaterra, que, obviamente não conheço e sobre a qual não me posso pronunciar. Mas que Isabel II foi muito mais longe que as acéticas mensagens a que estamos habituados aos nossos políticos por esta altura do ano, disso não tenhamos dúvidas.

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